No laboratório da Faculdade de Medicina de Harvard repete-se o alerta: a detenção de Kseniia Petrova coloca em risco avanços científicos cruciais.
Formada em Bioinformática (área da ciência que analisa e interpreta dados biológicos), a investigadora russa foi detida, a 16 de fevereiro, no Aeroporto Internacional Logan, em Boston, por não ter declarado amostras de embriões de sapo que trazia de França a pedido do seu coordenador.
Normalmente, esta infração é considerada de menor importância e pode ser punida com uma multa de até cerca de 500 euros. Em vez disso, o funcionário da alfândega cancelou o visto de Petrova que está presa num dos centros de detenção da polícia de Imigração dos EUA (ICE, na sigla em inglês).
O Departamento de Segurança Interna afirmou em comunicado X que Petrova foi "legalmente detida após mentir a agentes federais sobre o transporte de substâncias para o país".
Diferente é o relato feito pela investigadora russa. "Perguntaram se eu tinha alguma amostra biológica na minha bagagem. Eu disse que sim", afirmou em entrevista online à NBC News.
Agora, um juiz de imigração considerou agora que o processo inicial contra a cientista russa não cumpre todos os requisitos legais. “É legalmente deficiente”, disse o advogado de defesa em resposta ao juiz, na audiência preliminar de imigração.
Surgem assim dúvidas sobre se o caso pode continuar e está marcada nova audiência a 14 de maio.
O advogado de defesa, Greg Romanovsky, alerta ainda que Kseniia Petrova teme ser detida se for deportada para a Rússia. Isto porque teve que fugir do país depois de ter protestado contra a guerra na Ucrânia.
A cientista de 30 anos, nascida na Rússia, faz parte do renomado Laboratório Kirschner de Harvard.