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Cancro. Avanço científico travado por política de Trump

por Cristina Santos - RTP
Getty Images via AFP

Na Escola Médica de Harvard há um microscópio inovador que abre caminho a avanços na deteção do cancro e também na pesquisa do rejuvenescimento das células. No entanto, a cientista russa que desenvolveu os comandos informáticos que "lêem" as imagens fornecidas pelo microscópio foi detida há dois meses pela polícia de Imigração dos EUA.

No laboratório da Faculdade de Medicina de Harvard repete-se o alerta: a detenção de Kseniia Petrova coloca em risco avanços científicos cruciais.

Formada em Bioinformática (área da ciência que analisa e interpreta dados biológicos), a investigadora russa foi detida, a 16 de fevereiro, no Aeroporto Internacional Logan, em Boston, por não ter declarado amostras de embriões de sapo que trazia de França a pedido do seu coordenador.

Normalmente, esta infração é considerada de menor importância e pode ser punida com uma multa de até cerca de 500 euros. Em vez disso, o funcionário da alfândega cancelou o visto de Petrova que está presa num dos centros de detenção da polícia de Imigração dos EUA (ICE, na sigla em inglês).

O Departamento de Segurança Interna afirmou em comunicado X que Petrova foi "legalmente detida após mentir a agentes federais sobre o transporte de substâncias para o país".

Diferente é o relato feito pela investigadora russa. "Perguntaram se eu tinha alguma amostra biológica na minha bagagem. Eu disse que sim", afirmou em entrevista online à NBC News.

Agora, um juiz de imigração considerou agora que o processo inicial contra a cientista russa não cumpre todos os requisitos legais. “É legalmente deficiente”, disse o advogado de defesa em resposta ao juiz, na audiência preliminar de imigração. 

Surgem assim dúvidas sobre se o caso pode continuar e está marcada nova audiência a 14 de maio.

O advogado de defesa, Greg Romanovsky, alerta ainda que Kseniia Petrova teme ser detida se for deportada para a Rússia. Isto porque teve que fugir do país depois de ter protestado contra a guerra na Ucrânia.

A cientista de 30 anos, nascida na Rússia, faz parte do renomado Laboratório Kirschner de Harvard.

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