O aumento das temperaturas no sul da Europa poderá provocar uma mudança nos hábitos dos turistas, com mais viajantes a escolherem lugares mais frescos ou a tirarem férias na primavera ou no outono, para evitarem calores extremos.
Por outro lado, destinos como a República Checa, Dinamarca, Irlanda e Bulgária registam uma maior procura.
“Prevemos que, no futuro, as condições climáticas imprevisíveis tenham maior impacto nas escolhas dos viajantes na Europa”, afirmou Miguel Sanz, diretor da ETC.
Um relatório do organismo revela igualmente que 7,6 por cento dos viajantes consideram agora os fenómenos meteorológicos extremos como uma grande preocupação para as viagens entre junho e novembro.
As agências de viagens afirmam que, para já, não houve muitos cancelamentos, devido às elevadas temperaturas, e que a procura voltou a disparar no verão, depois de anos de restrições impostas pela pandemia de covid.
O grupo britânico de agentes de viagens ABTA revelou que os britânicos, em particular, reservaram menos férias em casa e mais no Mediterrâneo, muitas vezes com vários meses de antecedência, uma vez que estão desejosos de férias na praia após o confinamento.
No entanto, esse equilíbrio pode mudar, uma vez que as ondas de calor se estão a tornar mais severas. Os cientistas há muito que alertam para o facto de as alterações climáticas, causadas pelas emissões de CO2 provenientes da queima de combustíveis fósseis, tornarem os fenómenos meteorológicos mãos frequentes, severos e mortais.
Nas últimas semanas, os meios de comunicação social europeus foram inundados com histórias de turistas que foram retirados de aviões das praias italianas ou levados de ambulâncias para hospitais quando estavam a visitar a Acrópole de Atenas.
"A nossa recente pesquisa indica um declínio no número de pessoas interessadas em viajar em agosto, o mês de pico do calor, enquanto mais europeus estão a considerar viagens no outono", acrescentou Sanz.