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Californiana Beverly "nem num milhão de anos votaria em Donald Trump"

por Lusa

 Aos 85 anos, Beverly Fortner abriu hoje a porta a um voluntário do partido democrata num bairro de Santa Clarita, condado de Los Angeles, para dizer que já entregou o boletim de voto e assinalou o círculo de todos os democratas.

"Nem num milhão de anos votaria em Donald Trump", afirmou a eleitora, na manhã do dia decisivo para a democracia norte-americana, quando se decide o próximo Presidente e o controlo do Congresso. 

No dia da eleição presidencial, centenas de voluntários democratas estão a bater às portas de eleitores em Los Angeles para perguntar se têm um plano para votar e como podem entregar os seus boletins. 

Em Santa Clarita, a Lusa seguiu o esforço liderado pela equipa de George Whitesides, candidato que tenta tirar o 27º distrito da Califórnia no Congresso ao republicano Mike Garcia. Foram sobretudo mulheres que abriram a porta e falaram sobre a sua decisão de voto. Quase todas disseram ter votado ou ainda ir votar em Kamala Harris. 

"Sinto que o Partido Democrata é o que mais tem ajudado os latinos e o que tem maior controlo sobre a economia", disse à Lusa a eleitora Silvia Cazares, de 68 anos. Só na casa dela foram 4 votos para Kamala Harris, adiantou. 

"Atemoriza-me o candidato do outro partido", referiu, em espanhol, "que está instável mentalmente e disse que vai impor sanções à China, ao México e quem mais sabe". 

Silvia Cazares mostrou-se otimista quanto ao desfecho das eleições, considerando que Donald Trump cometeu muitos erros na campanha e eles lhe vão custar nas urnas. 

"Ele só quer favorecer as elites e os mais ricos e prejudicar a classe média e baixa", afirmou a eleitora, que emigrou do México há 34 anos e cujos filhos já nasceram nos Estados Unidos. 

Cynthia Bedoy, que disse que ia sair para votar presencialmente, mostrou-se mais nervosa com o resultado das eleições e o potencial de problemas. Quando questionada porque ia votar em Kamala Harris, respondeu de forma sucinta: "Porque tenho três filhas e uma neta. E vários amigos na comunidade gay". 

A eleitora, de 50 anos, disse sentir-se confortável por estar na Califórnia, mas ter receio sobre o que pode acontecer noutros estados. "Não acho que vá acontecer alguma coisa aqui", afirmou. "Mas também tenho um filho e não sei se o deixaria viajar para estados do centro oeste". 

Araceli Searcy, 54 anos, entregou os boletins de voto na véspera das eleições e disse que toda a família votou democrata. O mesmo com Alexis Torres (40 anos) e Julia Peña (22), que foram ajudadas por duas voluntárias e provavelmente não teriam votado se não fosse por elas. Marcaram o círculo de Kamala Harris e de todos os democratas no boletim. 

Mas nem todas as famílias têm escolhas tão homogéneas, como explicou o voluntário Alan R. que passou as últimas semanas a bater às portas na equipa de George Whitesides. 

"Falei com uma mãe que votou democrata com o marido", disse à Lusa, "mas o filho de 33 anos disse que estava inclinado para Trump". Quando perguntou porquê, o eleitor respondeu que trabalha em construção e que Kamala Harris ia taxar as horas extraordinárias. A candidata não fez qualquer proposta neste sentido. 

Na sede de campanha de George Whitesides, o ambiente é positivo. O voluntário Mark, que admitiu não ter dormido muito a noite passada, acredita que Kamala Harris vai vencer. A voluntária Melissa salientou o número elevado de voluntários que estão a trabalhar no terreno para eleger os democratas e que esse movimento sinaliza força. 

"Sinto-me bem com o trabalho feito no terreno", disse Alan R. "Gostava de ter tido mais respostas afirmativas nestes bairros púrpura", indicou, referindo-se a zonas onde há eleitores democratas e republicanos e muitos votam em oposição à sua filiação partidária. 

"Acho que a eleição vai ser decidida pela participação".

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