"Calendário para cessar-fogo permanente". Estados Unidos avaliam resposta do Hamas
Os Estados Unidos anunciaram esta quarta-feira que estão "a avaliar" a resposta do Hamas à proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza apresentada por Washington. O movimento radical palestiniano pede o "fim total do conflito" em Gaza e insiste que apenas aceitará a proposta de paz se Israel retirar, de imediato, as tropas de Gaza.
Na noite de terça-feira, o Hamas indicou ter transmitido aos mediadores do Catar e do Egito a resposta à proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza apoiada pelos Estados Unidos, com algumas “emendas”.
Horas depois, Washington anunciou que recebeu a resposta do movimento palestiniano e está agora a avaliá-la."Não vou fornecer qualquer contexto ou detalhes sobre a resposta que acaba de chegar e que a nossa equipa está atualmente a avaliar, tal como os nossos amigos no Catar e no Egito", disse na terça-feira o porta-voz da Casa Branca, John Kirby.
Em comunicado conjunto, o Hamas e a Jihad Islâmica afirmam estar dispostos a "negociar de forma positiva para chegar a um acordo" e que a sua prioridade é pôr um "fim total" à guerra, em curso há mais de oito meses.
A resposta contém alguns “reparos” à proposta apresentada no final de maio pelo presidente norte-americano, “incluindo um calendário para um cessar-fogo permanente e a retirada total das tropas israelitas da Faixa de Gaza”. A retirada das tropas israelitas da Faixa de Gaza tem sido uma exigência constante por parte do Hamas para um acordo de cessar-fogo. Israel, por sua vez, recusa ceder a essa exigência.
O plano de paz atual – apoiado na segunda-feira por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU – não prevê essa condição nesta fase, o que significa que um cessar-fogo e a libertação de reféns não deverão acontecer já.
O plano prevê, numa primeira fase, um cessar-fogo de seis semanas, acompanhado de uma retirada israelita das zonas mais densamente povoadas de Gaza, da libertação de alguns reféns e de prisioneiros palestinianos em Israel. Numa segunda fase, o plano prevê o fim permanente das hostilidades e a libertação de todos os reféns.
Entretanto, os Ministérios dos Negócios Estrangeiros do Catar e do Egito indicaram, num comunicado conjunto, que estão a analisar a resposta do Hamas e irão prosseguir os seus esforços de mediação, juntamente com os Estados Unidos, "até ser alcançado um acordo".
Blinken segue para o Catar
Depois de uma visita a Israel na terça-feira, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, segue esta quarta-feira para o Catar.
Depois de ter estado reunido com o primeiro-ministro israelita, na terça-feira, Blinken sublinhou que Benjamin Netanyahu “reafirmou o seu compromisso” com a proposta de cessar-fogo, embora o Governo israelita não a tenha aprovado formalmente.
Blinken também descreveu como um “sinal encorajador” a reação do movimento islâmico Hamas, que disse acolher “favoravelmente” um certo número de elementos da resolução norte-americana, antes de dar sua resposta oficial na noite de terça-feira.
O secretário de Estado dos EUA anunciou também um financiamento extra de 404 milhões de dólares para ajuda humanitária a Gaza e apelou aos outros países para que aumentem as ajudas.
c/ agências