Caixa negra de avião da Germanwings pulverizado nos Alpes tem danos
O mecanismo resgatado aos Alpes franceses contém todas as conversas e sons da cabine do piloto do voo da transportadora alemã de lowcost, mas não está intacto. Não é certo que estejam a salvo todas as gravações do avião que se despenhou.
Foto: bea.aero/ Le Figaro
No terreno tenta-se encontrar a outra caixa negra do Airbus que se despenhou nos Alpes franceses, aquela que regista os dados de voo e que guarda uma vasta informação sobre o avião.
As caixas negras são peças fundamentais para tentar perceber o mistério que permanece: porque é que o avião, que voava a nove mil metros de altitude, esteve em queda durante oito minutos, e por que motivo não houve nenhum pedido de ajuda por parte da tripulação. No local estão técnicos da Airbus, a empresa construtora do avião, e da CFM, construtora dos motores.No terreno estão técnicos de três países para tentar perceber as causas do desastre. São liderados pelo BEA, a entidade francesa responsável pela investigação de acidentes aéreos.
Para o início da tarde desta quarta-feira está prevista uma conferência de imprensa do BEA, a primeira sobre questões técnicas relacionadas com a queda do avião nos Alpes franceses, que vitimou 150 pessoas.
Ainda sem explicação para o acidente, não são excluídas quaisquer hipóteses, nem mesmo a de terrorismo. O ministro francês do Interior afirma isso mesmo, apesar de admitir que é a menos provável.
Tal como acontece com as buscas de destroços e corpos, a dificuldade em aceder ao local da queda está a complicar a procura da segunda caixa negra.
Acidente inexplicável, diz Lufthansa
O responsável máximo do grupo Lufthansa declarou esta quarta-feira que o avião estava “tecnicamente irrepreensível”. Carsten Spohr disse que o desastre é por agora “inexplicável”, lembrando ainda a experiência dos pilotos do avião.
Declarações feitas à agência France Presse, à margem do minuto de silêncio em homenagem às vítimas da queda do aparelho, no aeroporto de Frankfurt.
Britânicos entre as vítimas
O ministro britânico dos Negócios Estrangeiros veio esta manhã dizer que três cidadãos do seu país estão entre a lista de vítimas do desastre, mas não exclui a possibilidade de este número poder aumentar. “A informação do manifesto de voo não nos permite excluir essa possibilidade”, afirmou Philip Hammond.
A informação disponível é que só depois de as famílias serem contactadas é que será divulgada a lista de vítimas. O jornal francês Le Figaro escreve que a bordo do avião estava uma dezena de nacionalidades.
Entre as 150 pessoas que perderam a vida estarão pelo menos 72 alemães, 35 espanhóis, cidadãos turcos, japoneses e norte-americanos. O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, veio já disponibilizar ajuda à França para as investigações.
Buscas podem demorar vários dias
O forte vento que se faz sentir nos Alpes está também a dificultar as operações de resgate. Os destroços estão num local inacessível a veículos, entre escarpas acentuadas. O vento diminui agora a capacidade de helicópteros poderem aterrar.
Foto: Reuters
Estava previsto para esta quarta-feira um agravamento das condições meteorológicas, com queda de neve. No entanto, um vasto dispositivo foi montado para acelerar ao máximo as buscas na vasta área por onde estão espalhados os destroços.
O Presidente francês, François Hollande, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, deslocaram-se entretanto ao local da queda do aparelho da Germanwings. Este desastre com um avião da lowcost germânica está a ser descrito como o o pior dos últimos cinco anos.
O Airbus descolou às 9h00 (hora de Lisboa) de terça-feira do aeroporto El Prat, em Barcelona. Às 9h47, depois de sobrevoar Marselha, o A320 com destino a Dusseldorf, na Alemanha, começou a perder altitude. Acabaria por cair às 9h53 no sul dos Alpes franceses.