O Ministério da Defesa da Rússia anunciou que ativou esta quinta-feira dois aviões caças para escoltar dois bombardeiros estratégicos norte-americanos e afastá-los das fronteiras do espaço aéreo russo.
"A tripulação dos caças identificou os alvos aéreos como dois bombardeiros estratégicos B-12 norte-americanos", referiu o comunicado russo.
Os aparelhos norte-americanos não violaram o espaço aéreo russo e os caças regressaram à sua base sem incidentes, acrescentou.
Este é o segundo incidente do género em três dias sobre o Mar Báltico em espaço aéreo internacional.
Terça-feira, o Ministério da Defesa da Rússia referiu que tinha enviado um caça SU-27 para "evitar violações da fronteira estatal" por dois bombardeiros estratégicos dos EUA, identificados como B-1B, que voavam em espaço aéreo internacional.
O caça russo terá evitado qualquer eventual violação fronteiriça, afiançou a Defesa russa. "O voo do caça russo realizou-se de acordo com as regras internacionais quanto ao uso do espaço aéreo", referiu.
O Pentágono confirmou depois o encontro aéreo. O Brigadeiro General Pat Ryder, porta-voz da Defesa dos EUA, referiu que os B-1B integravam exercícios militares europeus e que a interação com o piloto russo decorrer de forma "segura e profissional".
Encontros EUA/Rússia
Este foi apenas o incidente mais recente de uma série registada desde o início da guerra na Ucrânia, entre aviões russos, norte-americanos e da NATO.
Em 16 fevereiro de 2023, os serviços de Defesa norte-americanos revelaram que, durante dois dias seguidos, houve necessidade de interceptar aviões russos em espaço aéreo internacional sobre o Alaska, que não se identificavam e que operavam perigosamente próximo de uma área de identificação militar.
O Comando de Defesa Aeroespacial Norte-Americano, NORAD, referiu contudo que as manobras russas não foram perigosas nem provocadoras.
Incidentes semelhantes foram também registados em outubro de 2022.
Na generalidade estas intercepções decorrem sem incidentes mas, em março de 2023, um drone de vigilância dos EUA caiu no Mar Negro depois de ser neutralizado por caças russos em espaço aéreo internacional.
Os Estados Unidos acusaram os pilotos russos de procurarem deliberadamente o embate com o sistema de propulsão do drone MQ-9 Reaper e de lançar combustível sobre o aparelho numa aparente tentativa de danificar os sistemas óticos do drone.
Moscovo negou mas imagens publicadas depois pelo Pentágono comprovaram as acusações norte-americanas.
Incidentes com a NATO
Em abril, aparelhos alemães e britânicos, a operar como parte da defesa aérea nordeste europeia da NATO, interceptaram três aviões de reconhecimento russos em espaço aéreo internacional sobre o Mar Báltico.
Os dois caças Su-27 russos e o Ilyushin IL-20 estavam a operar sem transmitir sinais transponder, referiu a Força Aérea Alemã.
No mesmo período, um caça russo foi ativado para escoltar um aparelho aéreo da Marinha alemã sobre o Mar Báltico. Dias antes aparelhos portugueses da NATO tinham sido chamados a vigiar manobras de aviões russos.
No final do mesmo mês, caças do Reino Unido foram ativados para interceptar aviões militares russos em operações a norte da Escócia.
Foram mobilizados caças Typhoon para controlar aparelhos de patrulha marítima Tu-142 russos que se aproximaram do espaço aéreo britânico no norte do Oceano Atlânico, após terem sobrevoado espaço aéreo internacional sobre o Mar da Noruega.
Os aviões russos também já tinham sido seguidos por caças noruegueses F-35A, como parte de uma resposta NATO integrada.
No início de maio, a Rússia afirmou que dois aviões, um alemão e outro francês, haviam sido intercetados ao tentar "violar" o espaço aéreo russo.