Bruxelas diz que população da Geórgia merece ver irregularidades nas eleições investigadas

por Lusa

A presidente da Comissão Europeia disse hoje que os georgianos têm o direito de conhecer o que aconteceu nas eleições legislativas de sábado, em que foi declarado vencedor o partido no poder, pró-russo, defendendo que "as irregularidades" sejam investigadas.

"As pessoas da Geórgia estão a lutar pela democracia. Têm o direito de saber o que aconteceu este fim de semana. As irregularidades têm de ser investigadas rapidamente, de maneira transparente e independente", disse Ursula von der Leyen na rede social X (antigo Twitter).

Os observadores internacionais da NATO e da União Europeia (UE) denunciaram no domingo que as eleições de sábado na Geórgia foram "marcadas por desigualdades" entre candidatos, "pressões e tensões", avança a agência France-Presse (AFP).

Os observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), da NATO e da UE afirmaram que as eleições naquele país do Cáucaso foram "marcadas por desigualdades [entre candidatos], pressões e tensões", descrevendo o ato eleitoral como "prova do declínio da democracia" na Geórgia.

A AFP cita os observadores do Parlamento Europeu que denunciaram fraudes durante aquele ato eleitoral e consideraram que o escrutínio marcou "um retrocesso na democracia" para o país candidato à UE.

"Manifestamos a nossa profunda preocupação com o retrocesso democrático na Geórgia. O desenrolar das eleições [de sábado] é uma prova lamentável desse facto", afirmaram os observadores, citados pela AFP.

Os observadores europeus apontaram ainda "casos de enchimento de urnas" e denunciaram terem sido alvo de "agressões físicas".

A comissão eleitoral central da Geórgia anunciou na manhã de domingo a vitória do partido no poder, o Sonho Georgiano, com 54,08% dos votos, derrotando a coligação pró-europeia, que se recusou a admitir a derrota.

Em conferência de imprensa, o presidente daquele órgão eleitoral anunciou a vitória do partido do primeiro-ministro, Irakli Kobajidze, referindo que a oposição teve 37,58% dos votos (a Coligação para a Mudança teve 10,8 %, o Unidade - constituído pelo Movimento Nacional Unido (MNU), fundado pelo antigo presidente georgiano Mikheil Saakashvili, preso, e pelo partido Estratégia do Renascimento atingiram os 10,12 % e os partidos Geórgia Forte e Gajaria para a Geórgia, obtiveram 8,78% e 7,76%, respetivamente).

Ainda na noite de sábado, perante os primeiros resultados do ato eleitoral, a oposição contestou a vitória do Sonho Georgiano, considerando que houve "resultados distorcidos".

A Associated Press (AP) salientou que observadores eleitorais da NATO e a UE, espalhados por todo país para acompanhar as votações, relataram várias violações e defendem que os resultados "não correspondem à vontade do povo georgiano".

Tópicos
PUB