Stephen Barclay foi hoje nomeado ministro para a Saída da União Europeia, o terceiro a ocupar o cargo em dois anos, após a demissão de Dominic Raab por discordar com o rascunho do acordo para o Brexit.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, nomeou ainda Amber Rudd, antiga ministra do Interior, para ministra do Trabalho e Pensões, cargo ocupado antes por Esther McVey, que também saiu descontente com o resultado das negociações com os 27.
Formado em Direito, Barclay, de 46 anos, era até agora secretário de Estado da Saúde e Assistência Social no Gabinete do Chefe de Governo e defendeu o `Brexit` durante a campanha para o referendo de 2016.
Deputado pelo partido Conservador no círculo de North East Cambridgeshire desde 2010, é considerado um parlamentar fiel aos líderes por nunca ter votado contra o próprio governo.
Amber Rudd regressa ao governo sete meses após se demitir na sequência do escândalo com as dificuldades causadas pelo Ministério do Interior aos imigrantes caribenhos que chegaram ao país no pós-guerra para confirmarem o seu direito de residência no Reino Unido.
O governo aprovou na quarta-feira de forma "coletiva", mas sem unanimidade, o rascunho de acordo de saída do Reino Unido da União Europeia, após um conselho de ministros que se prolongou por cinco horas.
O documento estabelece uma solução para garantir que não é imposta uma fronteira física entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, garante os direitos dos cidadãos europeus no Reino Unido e britânicos na Europa, a compensação financeira e um período de transição até ao final de 2020.
Além de Raab e McVey, demitiram-se em desacordo vários outros membros do governo menos graduados, mas hoje dois ministros importantes, Michael Gove e Liam Fox, manifestaram publicamente o apoio a Theresa May e rejeitaram demitir-se, apesar de serem a favor do `Brexit`.
A primeira-ministra britânica já tinha sofrido uma vaga anterior de demissões em julho, incluindo do anterior ministro para o `Brexit` David Davis e do antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Boris Johnson, insatisfeitos com a estratégia de negociação de Theresa May.