Foto: Julien Warnand - EPA
Terá de ser até à meia-noite ou então não haverá acordo para apresentar na cimeira de chefes de Estado e de governo desta quinta-feira. O ultimato de Michel Barnier a Boris Johnson, avançado por várias fontes europeias, contrasta com a confiança que mostra em público: a de que é possível um acordo.
Todavia, Bruxelas quer que Londres conceda às exigências europeias e aceite a criação de uma fronteira aduaneira no mar da Irlanda para evitar as fronteiras terrestres rígidas na ilha que têm sido o grande ponto de divergência. Mas esta exigência europeia já foi chumbada pelo Governo britânico quando ainda era liderado por Theresa May.
Mais: a fronteira marítima manteria a Irlanda do Norte no mercado único, algo que a proposta mais recente de Boris Johnson não contempla.
Para o negociador-chefe de União Europeia, as propostas apresentadas pelo Reino Unido para evitar o backstop não cumprem os mínimos necessários para um acordo.
Sendo assim, dois cenários são possíveis se não houver acordo até ao fim do dia: ou o Reino Unido dramatiza a situação na quinta-feira, acusando a União de intransigência e forçando uma saída sem acordo no fim do mês; ou pode ser convocada uma reunião extraordinária de chefes de Estado e de governo para o dia 29, poucos dias antes da data marcada para o Brexit, de forma a alcançar uma retirada ordeira ou prolongar o prazo para a saída.
A reportagem é da correspondente da Antena 1 em Bruxelas, Andrea Neves.