Brexit. Jeremy Corbyn prepara ofensiva para deter saída sem acordo
Um encontro de líderes intra-partidário foi marcado para esta terça-feira pelo líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn, para estudar formas de bloquear um Brexit sem acordo, a 31 de outubro próximo.
O que não se afigura fácil, já que esse é praticamente o único interesse que todos têm em comum, e as votações sobre o acordo apresentado por Theresa May nos primeiros meses de 2019, espelharam a divisão que grassa entre os deputados - incluindo no próprio Partido Conservador, de May e de Johnson.
"O meu receio é que, se realmente enfrentarmos o cenário em que teremos de ter um voto de confiança, será mais difícil ganha-lo se houver a perspetiva de Jeremy Corbyn se tornar primeiro-ministro", afirmou à Sky News.
"Precisamos mesmo de investir o nosso tempo precioso e escasso em soluções que podem dar resultado", referiu.
O "Brexit, sem acordo, dos banqueiros"
Esta terça-feira, antes do encontro, o jornal britânico The Guardian publicou um documento interno escrito pelo procurador-geral sombra trabalhista, Shami Chakrabarti, no qual este afirma que poderão ser os juízes do Supremo Tribunal a bloquear Boris Johnson, caso este tente suspender o Parlamento.
O documento, entregue ao The Guardian, afirma que os tribunais poderiam conceder uma "ação de cessação interina", classificando a suspensão do Parlamento como "o maior abuso de poder e ataque aos princípios constitucionais do Reino Unido de que há memória".
"É a batalha de muitos contra uns poucos que estão a desviar o resultado do referendo para levar ainda mais poder e riqueza para os que estão no topo. É por isso que o Partido Trabalhista irá fazer tudo o que for necessário para impedir um Brexit, sem acordo, dos banqueiros", escreveu o líder trabalhista.
Para Corbyn, uma tal saída iria deixar o Reino Unido à mercê do Presidente norte-americano, Donald Trump, e das grandes corporações americanas.