Há ainda "muitas questões a clarificar", resume Berlim na resposta ao pedido de Londres para adiar a saída britânica até 30 de junho de 2019. O pedido "não responde" às questões da União Europeia, refere Haia. "Atualmente, não vamos por aí", adverte Paris.
Qualquer decisão só deverá ser tomada no Conselho Europeu convocado para o próximo dia 10 de abril, em Bruxelas.
Os próximos dias deverão ser marcados por reuniões, telefonemas e troca de opiniões, entre os líderes europeus.
Tudo depende dos argumentos que a primeira-ministra britânica, Theresa May, irá levar para convencer os outros líderes dos 27.
Para já, a divisão é significativa. Ninguém favorece um hard-Brexit, mas muitos líderes consideram que Londres não justificou até agora suficientemente o pedido de novo adiamento.
Perceber porquê e para quê
A França, interessada em ultrapassar a questão do Brexit, para levar a
União Europeia a debater um conjunto de reformas propostas pelo
Presidente Emmanuel Macron, deixou
recados.
"Não vamos por aí", disse uma fonte próxima do Presidente francês. Uma extensão é "prematura", referiu o Eliseu, e Paris espera que surja um "plano credível" até 10 de abril."Se não conseguirmos perceber a razão que leva o Reino Unido a pedir uma extensão, não podemos dar uma resposta positiva", disse o ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire.
Também a Alemanha pede clarificação. O ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas, reconheceu que a situação "é difícil".
"Não vamos por aí", disse uma fonte próxima do Presidente francês. Uma extensão é "prematura", referiu o Eliseu, e Paris espera que surja um "plano credível" até 10 de abril."Se não conseguirmos perceber a razão que leva o Reino Unido a pedir uma extensão, não podemos dar uma resposta positiva", disse o ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire.
Também a Alemanha pede clarificação. O ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas, reconheceu que a situação "é difícil".
"Há
ainda muitas questões que devem ser clarificadas em Londres", disse aos
jornalistas, à margem da reunião dos chefes da diplomacia do G7, a
decorrer em França.
Os líderes dos 27 "formarão uma opinião sobre a questão do adiamento e a sua duração", na cimeira europeia da próxima semana em Bruxelas, acrescentou.
A Holanda invocou o mesmo argumento. A carta com o pedido de adiamento da saída do Reino Unido não fundamenta realmente as razões da extensão.
Os líderes dos 27 "formarão uma opinião sobre a questão do adiamento e a sua duração", na cimeira europeia da próxima semana em Bruxelas, acrescentou.
A Holanda invocou o mesmo argumento. A carta com o pedido de adiamento da saída do Reino Unido não fundamenta realmente as razões da extensão.
"Quanto a
mim, não responde ao pedido" da União Europeia, de ter mais certezas
sobre o que realmente querem os britânicos, afirmou o primeiro-ministro
holandês, Mark Rutte.
"O plano era que os britânicos nos explicassem o que pretendem", sublinhou o líder holandês em conferência de imprensa. "A bola não está no nosso campo, aqui na Holanda, em Paris, Berlim ou Viena. Está realmente no campo do britânicos em Londres", rematou Rutte.Mais 12 meses
"O plano era que os britânicos nos explicassem o que pretendem", sublinhou o líder holandês em conferência de imprensa. "A bola não está no nosso campo, aqui na Holanda, em Paris, Berlim ou Viena. Está realmente no campo do britânicos em Londres", rematou Rutte.Mais 12 meses
A esperança da primeira-ministra britânica, de conseguir de novo mais
tempo para resolver internamente a questão do Brexit, poderá assim
morrer na praia já para a semana, pois o adiamento do artigo 50 que
Theresa May pediu esta sexta-feira, por escrito, à União Europeia,
necessita da aprovação unânime dos 27.
Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, convocou os líderes
europeus para a próxima quarta-feira, para apreciar o pedido de Londres.
Deverá então propor o adiamento do Brexit por um ano, por questões práticas.
"Parece um bom cenário para ambos os lados, já que dá ao Reino Unido
toda a flexibilidade de que necessita, enquanto evita a necessidade de
reunir quase todas as semanas para debater novas extensões", explicou um
alto-responsável da UE citado pela Agência Reuters.
Previsto inicialmente para 29 de março ultimo, o Brexit já foi adiado para 12 de abril, na esperança de aprovação de um acordo pelo Parlamento britânico.
A Irlanda, a quem interessa especialmente um Brexit com acordo, admitiu
votar favoravelmente um bom prolongamento da extensão do artigo 50.
"Nenhum de nós quer uma saída sem acordo na próxima semana mas queremos
também evitar várias extensões pois isso só ajuda a incerteza, por isso,
uma extensão mais longa talvez faça mais sentido", reagiu o primeiro-ministro
irlandês, Leo Varadkar.
Desde a recusa a um novo adiamento e um Brexit sem acordo, até ao apoio ao pedido de May ou um adiamento prolongado, todas as opções são admitidas para a votação de quarta-feira.
Como de costume, Theresa May deverá apresentar as razões para a extensão do prazo e depois sair da sala para deixar os outros líderes decidirem.
A proposta de Tusk estará a recolher muitos apoios, revelou à Reuters, sob anonimato, um alto responsável da UE. Há apenas duas semanas, contudo, os líderes europeus rejeitaram o pedido de May por um alívio do prazo ate 30 de junho.
"Tudo depende daquilo que May trouxer quarta-feira, que clarificação haverá do lado britânico", disse outra fonte da UE à Reuters. "Estamos à espera de ver se há um progresso real com os trabalhistas", acrescentou.
E as eleições?
Um dos problemas para os líderes europeus é a eventual participação do Reino Unido nas eleições do bloco, até porque 27 dos 73 lugares dos deputados britânicos já foram atribuídos a outros países.
Theresa May pode prometer todos os esforços para alcançar um acordo de Brexit antes de 26 de maio, evitando participar nelas, mas também está a garantir que irá preparar o país para o escrutínio, caso falhe.
Se entretanto o país abandonar a UE, surge a questão do que fazer com os eurodeputados britânicos, ou com os seus lugares do hemiciclo europeu.
"As eleições europeias são um ponto importante", reconheceu Heiko Maas. "Não devemos ameaçar a legitimidade de qualquer maneira", acrescentou o ministro responsável pela diplomacia alemã.
"Para nós é essencial que elas decorram de forma ordenada", com "grande segurança em matéria jurídica", rematou Maas.