O primeiro-ministro britânico disse esta quarta-feira estar confiante sobre conseguir alcançar uma renegociação do acordo do Brexit, desde que a União Europeia deixe de exigir a existência de um backstop, mecanismo de salvaguarda para a fronteira irlandesa.
“O backstop, esse mecanismo em especial que, penso, terá efeitos graves num país democrático, simplesmente tem de sair”, para evitar uma saída do Reino Unido da UE sem acordo, disse Johnson, que quer garantir movimentações livres na fronteira com a Irlanda do Norte.
“Existe uma ampla margem para um acordo”, defendeu o primeiro-ministro. “Só quero ser absolutamente claro com os nossos amigos alemães e com o Governo alemão: o Reino Unido quer um acordo”.Boris Johnson diz que a UE está a ser “um pouco negativa” mas que pode ser alcançada uma solução. Caso não seja, o Reino Unido sairá sem acordo.
Johnson pediu na segunda-feira à UE para reabrir as negociações do Brexit e prescindir do mecanismo de salvaguarda da fronteira entre Irlandas, que se destina a evitar a imposição de uma fronteira física entre a Irlanda, membro da UE, e a Irlanda do Norte, província do Reino Unido.
O mecanismo, que mantém o Reino Unido alinhado com as regras do mercado comum até ser assinado um acordo de comércio livre entre o país e a UE, é "inegociável" para os 27 Estados-membros, que o consideram a única hipótese viável de manter a paz na Irlanda.
Corbyn prepara reunião
Em resposta a Boris Johnson, a chanceler alemã frisou que a questão do backstop se enquadra na relação futura entre a União Europeia e o Reino Unido, a chamada Declaração Política, pelo que "não há necessidade de reabrir o acordo de saída", e prometeu continuar a discutir “soluções práticas” para a fronteira irlandesa.
Ainda esta quarta-feira, o líder da oposição, Jeremy Corbyn, convidou os líderes de outros partidos políticos e legisladores a reunirem-se para discutirem as táticas possíveis para evitar que o Reino Unido saia sem acordo.
“O país está a ir em direção a uma tempestade política, por isso é urgente que nos encontremos antes que o Parlamento regresse” no dia 3 de setembro, após a pausa de Verão, explicou o dirigente trabalhista.
A reunião vai realizar-se na próxima terça-feira, pelas 11h00.
Mais de três anos depois de o Reino Unido ter votado para sair da União Europeia, ainda não é clara a forma como tal vai acontecer. Faltam, neste momento, pouco mais de dez semanas até à data fixada para a saída.
c/ Agências