Um cidadão brasileiro detido na capital da Guiné-Bissau, desde setembro, acusado de tráfico internacional de cocaína, "está gravemente doente e corre risco de vida", disse hoje à Lusa o seu advogado.
Alcides Martins disse que espera uma decisão judicial "rápida" no sentido de permitir a saída do seu cliente do país, para melhor tratamento médico e, se for condenado pelo Tribunal Regional de Bissau na sexta-feira, para cumprir a pena no Brasil.
O cidadão brasileiro foi detido, juntamente com dois mexicanos, um colombiano e um equatoriano, com mais de 2,6 toneladas de cocaína que transportavam num avião a jato, proveniente do México.
O Ministério Público pediu ao coletivo de juízes do Tribunal Regional de Bissau que os julgou no início deste mês que os condene a 17 e 20 anos de cadeia com alegação de que teriam incorrido em crimes de tráfico internacional de estupefacientes, formação de quadrilha e aterragem ilegal de aeronave no aeroporto da Guiné-Bissau.
A leitura do acórdão está prevista para sexta-feira.
Fonte judicial disse à Lusa que o cidadão brasileiro "está internado no Simão Mendes", principal hospital da Guiné-Bissau, "há mais de duas semanas" em tratamento médico.
"Está a receber assistência médica, como é da lei, mas não existe, para já, nenhuma ordem no sentido de sair do país" para melhor tratamento, explicou a fonte judicial.
O advogado Alcides Martins, cujo escritório representa o cidadão brasileiro, disse à Lusa que a juíza que preside ao coletivo que julgou os cinco cidadãos latino-americanos já tem em mãos um relatório da Junta Médica que "mostra a gravidade da situação" do paciente.
"O nosso cliente está com problemas cardíacos. Os médicos dizem que está mesmo mal, que corre risco de vida", frisou o advogado, precisando que a juíza apenas aguarda por um parecer do Ministério Público no sentido de autorizar a sua libertação.
Alcides Martins disse acreditar que, "talvez na sexta-feira", o cidadão brasileiro poderá receber a ordem de saída da Guiné-Bissau para o Brasil onde, disse, poderá cumprir pena de prisão se for condenado em Bissau.
O advogado adiantou que a Embaixada do Brasil na Guiné-Bissau tem acompanhado todo o processo no sentido de o suspeito ser transferido, "com caráter de urgência" para o seu país.