O Governo brasileiro solidarizou-se hoje com Moçambique e União das Comores pela passagem do ciclone Chido e enviou condolências às famílias das vítimas.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil frisou que o "Governo brasileiro recebeu, com pesar, notícias de vítimas e de danos materiais decorrentes da passagem do ciclone Chido por Moçambique e pela União das Comores, no início da corrente semana".
"Ao expressar condolências às famílias das vítimas, o Brasil manifesta sua solidariedade aos povos e aos governos de Moçambique e da União das Comores", acrescentou.
O Governo brasileiro os setores consulares da Embaixada em Maputo está "à disposição para atender brasileiros em situação de emergência".
O Governo moçambicano decretou hoje dois dias de luto nacional a partir de sexta-feira, após 73 mortos na sequência da passagem do ciclone Chido no centro e norte do país.
Em comunicado enviado à comunicação social, o Conselho de Ministros de Moçambique indica que o luto nacional inicia-se à meia-noite (hora local, menos duas horas em Lisboa) de 20 de dezembro, em que a bandeira nacional e o pavilhão presidencial serão içados a meia-haste em todo o território nacional e nas missões diplomáticas e consulares da República de Moçambique.
O Presidente moçambicano lamentou hoje a morte de 73 pessoas e a destruição de infraestruturas, incluindo escolas, hospitais e outros edifícios públicos e privados e pediu "solidariedade" dos moçambicanos para com as vítimas.
"Vamos imediatamente priorizar o apoio na reposição de abrigos, habitações, alimentação, energia, água e distribuição de sementes para além dos outros apoios que estão a acontecer", declarou Filipe Nyusi, na sua comunicação aos moçambicanos alusiva à quadra festiva.
Um total de 73 pessoas morreram, uma está desaparecida e outras 543 ficaram feridas durante a passagem do ciclone Chido no norte e centro de Moçambique, indicam dados atualizados hoje pelas autoridades moçambicanas.
O ciclone Chido afetou ainda 329.510 pessoas, o correspondente a 65.282 famílias, nas províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula, no norte, e Tete e Sofala, no centro do país, refere-se no novo balanço do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) de Moçambique.
Segundo as autoridades, o mau tempo destruiu, total e parcialmente, 52.476 casas, afetou 49 unidades hospitalares, 26 casas de culto, 11 torres de telecomunicação e 34 edifícios públicos.
Os dados atualizados apontam ainda para um total de 35.461 alunos, 443 professores, 561 salas de aula e 139 escolas afetados, além de 338 postes de energia tombados e 454 embarcações danificadas.
De acordo com o INGD, o ciclone tropical, que se formou em 05 de dezembro no sudoeste do oceano Indício, entrou no domingo pelo distrito de Mecúfi, em Cabo Delgado, "com ventos que rondaram os 260 quilómetros por hora" e chuvas fortes.
O ciclone tropical intenso Chido, de escala 3 (1 a 5), atingiu a zona costeira do norte de Moçambique na noite de sábado para domingo, segundo o Centro Nacional Operativo de Emergência (CNOE), mas enfraqueceu para tempestade tropical severa, apesar de ter continuado a fustigar as províncias a norte, com "chuvas muito fortes acima de 250 mm [milímetros]/24 horas, acompanhada de trovoadas e ventos com rajadas muito fortes".
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.