O presidente da Câmara dos Deputados brasileira, Rodrigo Maia, disse que a abertura de qualquer processo de destituição, como os protocolados contra o atual chefe de Estado, Jair Bolsonaro, precisa ser "refletida com muito cuidado".
"Processos de `impeachment`(destituição) e possibilidade de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) precisam ser pensadas e refletidas com muito cuidado. Acredito que o papel da câmara dos deputados, nos próximos dias, é voltar a debater formas de enfrentar o coronavírus", afirmou Maia em conferência de imprensa, ao ser questionado sobre os pedidos de destituição contra Bolsonaro.
Até à ultima sexta-feira, 29 pedidos de destituição contra Jair Bolsonaro foram entregues na câmara dos deputados, mas apenas um foi apreciado por Rodrigo Maia, a quem compete fazer uma análise inicial das denúncias contra o chefe do executivo federal, segundo a revista "online" Conjur, especializada em temas jurídicos.
Rodrigo Maia disse à imprensa local que o momento é delicado e, por isso, é preciso "ter paciência e ouvir mais do que falar", porque uma crise política poderá criar ainda mais incertezas face à crise que o país atravessa.
"Acho que o nosso papel é ter paciência, é ter equilíbrio. Acho que é legítimo a sociedade e parte dos parlamentares tentarem discutir CPIs e outros instrumentos, mas acho que a câmara, sob a minha presidência (...) deve ter paciência e equilíbrio para que possamos tratar do que é mais importante, que é a vida dos brasileiros, o desemprego e rendimentos", afirmou.
Maia frisou ainda que terá cuidado sobre a decisão dos pedidos de destituição porque ele próprio será o "juiz".
"Quando se trata de um tema como `impeachment`, eu sou o juiz. Não posso comentar temas em que a decisão é minha, independente. É uma questão que temos de tomar muito cuidado. Eu já passei por isso no Governo Michel Temer (anterior presidente do Brasil). Com equilíbrio e paciência, nós superamos esse período. Hoje muitos olham o governo de Michel Temer com muita saudade do que fizemos juntos", defendeu Maia, citado pela imprensa local.