O vice-Presidente brasileiro, Hamilton Mourão, garantiu hoje que Brasília manterá a "linha de não-intervenção" militar na Venezuela e espera que a pressão diplomática e económica ajude a resolver a crise naquele país.
"Vamos manter a linha de não-intervenção, acreditando na pressão diplomática e económica para buscar uma solução. Sem aventuras", disse o vice-Presidente, ao chegar à Colômbia para mais uma reunião do Grupo de Lima, citado pelo portal brasileiro G1.
Hamilton acrescentou que se os Estados Unidos avançarem com uma intervenção, essa possibilidade não é uma hipótese para Brasília.
O autoproclamado Presidente interino venezuelano, Juan Guaidó, apelou à comunidade internacional para que mantenha "abertas todas as opções para conseguir a libertação da pátria", o que está a ser entendido como um pedido de intervenção externa.
As autoridades venezuelanas têm impedido a entrada no país de ajuda humanitária, nomeadamente através das fronteiras da Colômbia e do Brasil, onde se têm registado confrontos, que já provocaram pelo menos quatro mortos.
Também a ministra dos Direitos Humanos do Brasil, Damares Regina Alves, referiu, na abertura da 40.ª sessão do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, que o Brasil não vai intervir diretamente na Venezuela, mas vai continuar a trabalhar com Guaidó para facilitar a ajuda humanitária à população.
Na sua intervenção, a ministra brasileira manifestou a preocupação do Brasil "pelas graves e persistentes violações dos direitos humanos cometidas pelo regime ilegítimo do ditador Nicolás Maduro".
"O Brasil apela à comunidade internacional para que se una aos esforços para libertar a Venezuela reconhecendo p Governo legítimo de Guaidó e pedindo ao fim da violência por parte das forças do regime contra o seu próprio povo".