A eficácia da vacina contra a covid-19, Coronavac, tem menor eficácia a partir dos 70 anos e atinge o patamar mínimo, de 28%, em pessoas com 80 anos ou mais, segundo um estudo divulgado na sexta-feira.
O estudo apontou que a CoronaVac, vacina do laboratório chinês Sinovac e produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, teve uma eficácia média de 42% contra a covid-19 "no cenário de mundo real", ou seja, em relação à proteção da vacina quando esta é aplicada em massa na população e fora do ambiente controlado de um teste clínico.
O levantamento avaliou o desempenho do imunizante em idosos com 70 anos ou mais, vacinados no estado de São Paulo entre janeiro e o final de abril, período em que a variante P.1, originária do Amazonas, já era predominante na região.
O estudo concluiu que uma proteção mais completa contra a doença só ocorre 14 dias após a aplicação da segunda dose e que a imunidade adquirida diminui à medida que aumenta a idade dos infetados.
Considerando os 14 dias após a segunda dose, a eficácia foi de 61,8% entre os 70 e 74 anos, 48,9% em pessoas com idades compreendidas entre os 75 e 79 anos, e com 80 anos ou mais a eficácia caiu significativamente para 28%.
O trabalho mostra ainda que o imunizante, o mais usado no Brasil no Plano Nacional de Imunização contra a covid-19, não confere nenhuma proteção com apenas uma dose, num momento em que grande parte dos vacinados no Brasil ainda não completaram a dosagem prevista.
O país, com 212 milhões de habitantes, utiliza as vacinas Coronavac, que responde por quase 80% da vacinação, e a Covishield, da anglo-sueca AstraZeneca e da Universidade Oxford, numa associação com a estatal brasileira Fiocruz.