O Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, reagiu hoje à atribuição do Prémio Sakharov 2022 ao "corajoso povo ucraniano" afirmando ser "um tributo à sua determinação, valentia e resistência".
"O corajoso povo da Ucrânia está a fazer sacrifícios todos os dias para defender a sua liberdade -- e a nossa", escreveu Borrell na rede social Twitter, referindo-se ao galardão para a Liberdade de Pensamento, criado em 1985 e anualmente entregue pelo Parlamento Europeu desde 1988 para homenagear pessoas ou organizações que dedicam as suas vidas ou ações à defesa dos direitos humanos e à liberdade.
"Devemos continuar a apoiá-lo até que a Ucrânia vença [a guerra contra a Rússia]", que invadiu o seu território, anexou partes dele, está a torturar e matar os seus civis e a transportá-los à força para território russo, acrescentou o chefe da diplomacia da UE.
À reação de Borrell, seguiram-se, também no Twitter, as da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, igualmente saudando a distinção do povo ucraniano com o galardão no valor de 50 mil euros, batizado em homenagem ao físico e dissidente político russo Andrei Sakharov.
"Parabéns ao povo da Ucrânia, representado pelo seu Presidente, Volodymyr Zelensky. O seu espírito e determinação para lutar pelos valores que nos são caros é uma inspiração para todos nós. A UE apoia o bravo povo ucraniano. Agora e durante o tempo que for necessário", escreveu Ursula von der Leyen.
Já Charles Michel salientou que a atribuição do Prémio Sakharov deste ano ao povo ucraniano "é mais um reconhecimento da sua coragem e da sua luta pela liberdade, pela democracia e pelos inalienáveis valores da UE".
"No Conselho Europeu, concentrar-nos-emos em continuar a fornecer-lhe ajuda; apoiaremos a Ucrânia durante o tempo que for preciso", escreveu Michel, concluindo com a histórica expressão "Slava Ukraini (Glória à Ucrânia)".
Os responsáveis da UE reagiram pouco depois do anúncio do premiado deste ano, hoje feito no plenário do Parlamento Europeu (PE), em Estrasburgo, França, pela presidente daquele órgão, Roberta Metsola.
"Em 2022, o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento foi atribuído ao corajoso povo ucraniano, representado pelos seus líderes eleitos e sociedade civil", declarou Metsola.
"O prémio é para os ucranianos que lutam no terreno. Para aqueles que foram forçados a fugir. Para aqueles que perderam familiares e amigos. Para todos aqueles que se erguem e lutam por aquilo em que acreditam. Sei que o corajoso povo da Ucrânia não vai desistir e nós também não", afirmou a responsável.
O prémio distingue, segundo um comunicado do PE, "os esforços do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em conjunto com os papéis desempenhados por outros indivíduos, representantes de iniciativas da sociedade civil e instituições estatais e públicas".
O PE destaca como exemplos os Serviços de Emergência do Estado (SES) da Ucrânia; Yulia Pajevska, fundadora da unidade médica de evacuação "Anjos de Taira" ("Angels of Taira"); Oleksandra Matviychuk, ativista e advogada para os direitos humanos; o Movimento de Resistência Civil da Fita Amarela ("The Yellow Ribbon Civil Resistance Movement"); e Ivan Fedorov, presidente da Câmara da cidade de Melitopol, atualmente ocupada pelas forças russas.
A candidatura resultou da junção de três nomeações de grupos parlamentares: os conservadores do PPE, os socialistas do S&D e o ECR (centro-direita).
Os outros finalistas eram a Comissão da Verdade da Colômbia e o ativista da WikiLeaks Julian Assange.
Em 2021, o prémio foi atribuído ao líder da oposição russa, Alexei Navalny, pela sua luta contra a corrupção e os abusos de poder no Kremlin, e foi recebido pela sua filha, pelo facto de ele estar preso na Rússia.