O chefe da política externa da União Europeia (UE), Josep Borrell iniciou hoje uma visita oficial à Coreia do Sul, dias após o envio de tropas norte-coreanas para apoiar a invasão russa da Ucrânia.
"Nos últimos anos, tornámo-nos parceiros ainda mais próximos e fizemos progressos significativos em parcerias digitais, verdes e de saúde", escreveu Borrell na rede social X (antigo Twiiter), onde acrescentou que o objetivo da visita é elevar o diálogo de coordenação sobre questões de segurança e defesa tema "ao um novo nível".
As discussões irão provavelmente abordar o destacamento de tropas por parte da Coreia do Norte para a Rússia, que poderão ser envolvidos na guerra em solo ucraniano, e a coordenação conjunta para lidar com esta questão.
Borrell já tinha apelado esta semana a uma "resposta forte e unida" ao envio de tropas norte-coreanas e explicou que a UE recebeu informações sobre o destacamento na Rússia por parte dos serviços de informação da Coreia do Sul.
O chefe da política externa da UE chegou a Seul após uma passagem pelo Japão, onde na sexta-feira anunciou uma parceria em matéria de segurança e defesa, numa altura em que os dois lados procuram intensificar os laços militares, incluindo exercícios conjuntos e intercâmbios entre as respetivas indústrias de defesa.
Entre as crescentes tensões com a China, a Coreia do Norte e a Rússia, a parceria é a primeira relacionada com a segurança que a UE conclui com um país do Indo-Pacífico, vincaram aos jornalistas Borrell e o ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Takeshi Iwaya.
As conversações tiveram lugar um dia depois de a Coreia do Norte ter testado o que se pensa ser um novo tipo de míssil balístico intercontinental.
Segundo um comunicado da UE, Borrell e Iwaya também partilharam "grande preocupação" com o aprofundamento da cooperação militar entre Moscovo e Pyongyang, incluindo a transferência de armas entre os dois países.
Os dois funcionários reiteraram o empenhamento em apoiar a Ucrânia e condenaram a agressão russa.
Também na sexta-feira, Borrell reuniu-se com o ministro da Defesa japonês, Gen Nakatani, e partilharam a opinião de que a segurança na Europa e no Indo-Pacífico está interligada, tendo concordado em aprofundar a cooperação em matéria de defesa.
Num comunicado, o Ministério da Defesa japonês salientou que os dois responsáveis manifestaram grande preocupação com o programa de desenvolvimento de mísseis da Coreia do Norte e a sua crescente cooperação militar com a Rússia, afirmando que constituem desafios significativos para a comunidade internacional.
"Reafirmámos a necessidade de reforçar a cooperação entre a UE e o Japão em matéria de segurança e defesa, nomeadamente no que se refere à segurança marítima e às ameaças cibernéticas e híbridas, num contexto de desafios crescentes em matéria de segurança regional e mundial", afirmou Borrell.