O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, afirmou hoje que a Jordânia "continua a ser um pilar de estabilidade" no Médio Oriente, merecendo, por isso, "todo o apoio" comunitário, após uma audiência com Abdullah II.
"Foi uma honra especial ser recebido por sua majestade o Rei Abdullah II. A Jordânia continua a ser um pilar de estabilidade e bom senso no olho do furacão e merece todo o nosso apoio", afirmou Borrell na sua conta oficial da rede social X (antigo Twitter), no final de um encontro com o monarca do reino haxemita.
O alto representante da UE para a Política Externa e de Segurança sublinhou também que a parceria entre a Jordânia e a UE "vai muito além das preocupações mútuas" e que envolve o desejo de "construção em conjunto de um futuro melhor" para as respetivas regiões.
Por sua vez, a agência de notícias estatal jordana Petra informou de que o príncipe herdeiro, Hussein bin Abdullah, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Ayman Safadi, também assistiram à reunião destinada a debater o reforço das relações entre a Jordânia e a Europa comunitária.
E acrescentou que o monarca "sublinhou os desenvolvimentos regionais e o importante papel da União Europeia para trazer paz e estabilidade à região", sem fornecer mais pormenores.
Borrell iniciou hoje a sua nona e última viagem ao Médio Oriente, enquanto titular do cargo, após o início da guerra na Faixa de Gaza, há pouco mais de um ano, uma viagem que durará quatro dias.
O chefe da diplomacia europeia concluirá a sua viagem no próximo domingo, 24 de novembro, no Líbano, onde manterá uma série de reuniões bilaterais com o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, o presidente do parlamento, Nabih Joseph Aoun, e representantes da ONU no país.
Ainda em Amã, Borrell afirmou hoje - a propósito da guerra que Israel trava contra o movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza há mais de um ano - que existe uma narrativa de propaganda e desinformação que afeta o conflito na Palestina e viola os valores e os direitos humanos universais.
"Em primeiro lugar, temos de reconhecer o problema. Temos de reconhecer que a narrativa de uma luta existencial entre o Ocidente e o Oriente ou o Sul ou o mundo muçulmano é uma invenção que tem de ser desconstruída", defendeu Borrell, referindo-se ao discurso mediático que se estende à guerra atualmente em curso na Faixa de Gaza e às décadas de conflito israelo-palestiniano.
O Alto Representante da UE para a Política Externa proferiu estas palavras numa cerimónia em que foi doutorado `honoris causa` em Relações Internacionais pela Universidade da Jordânia, depois de o presidente da instituição, Nathir Obeidat, ter classificado o seu percurso político como um percurso "com grande voz ética e moral" e ter elogiado "a sua posição contra o genocídio e a fome" em tempos de incerteza.