Borrell acusa Israel de converter Gaza em "cemitério a céu aberto"

por Inês Moreira Santos - RTP
Olivier Hoslet - EPA

Os chefes da diplomacia da União Europeia estão reunidos em Bruxelas, esta segunda-feira, e pretendem chegar a acordos políticos sobre sanções ao grupo islamita Hamas e aos colonos israelitas na Cisjordânia. À entrada da reunião, Josep Borrell admitiu esperar uma nova posição conjunta dos Estados-membros sobre a situação em Gaza, lamentando que se esteja a tornar no "maior cemitério a céu aberto". O chefe da diplomacia europeia acusou ainda Benjamin Netanyahu de ser o responsável pela fome na Faixa de Gaza

Antes, a Faixa de Gaza “era a maior prisão a céu aberto, hoje é o maior cemitério a céu aberto”, disse Josep Borrell à entrada para a reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE em Bruxelas, com a participação do Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, por videoconferência.

“Espero que os ministros discutam a preparação, no próximo Conselho Europeu, de uma nova posição conjunta” sobre a maneira como Israel está a levar a cabo a intervenção militar no enclave palestiniano desde o início de outubro de 2023, acrescentou o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança.
Sandra Henriques - Antena 1

"Parece-me que hoje todos concordarão em impor sanções tanto ao Hamas como aos colonos [israelitas] que estão a atacar os palestinianos na Cisjordânia"
, disse ainda.

Segundo Borrell, não está em cima da mesa a suspensão total do acordo de cooperação com Israel, mas uma interrupção da cooperação política com o Governo de Benjamin Netanyahu, nomeadamente do Artigo 2.º, que refere que as relações entre a União Europeia e Israel têm de “ser baseadas no respeito pelos direitos humanos e princípios democráticos, que orientam as políticas nacionais e internacionais e constituem um elemento essencial” do acordo.

O chefe da diplomacia da UE não deixou ainda de condenar a forma como o Governo israelita está a usar a fome dos palestinianos como arma no conflito com o Hamas.

Em já não estamos à beira da fome, estamos um estado de fome que afeta milhares de pessoas”, criticou Borrell. “Isto é inaceitável. A fome é usada como arma de guerra”.

“Israel está a provocar fome”
, apontou ainda.
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