Bolsonaro denuncia perseguição contra Marine Le Pen

por Lusa
Bolsonaro solidário com Marine Le Pen Isaac Fontana - EPA

O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (2019-2022) condenou o que chamou de perseguição à líder histórica da extrema-direita francesa Marine Le Pen, condenada a cinco anos de inelegibilidade por desvio de fundos públicos.

"Espero e torço para que a senhora Le Pen vença essa perseguição e possa disputar as próximas eleições presidenciais" em 2027, escreveu Bolsonaro, na rede social X.

"O povo é quem deve decidir quem será o próximo presidente da França em 2027", acrescentou o político de extrema-direita, também condenado à inelegibilidade política no Brasil.

"O crescimento da Direita é uma realidade em todo o mundo. A esquerda na França, como no Brasil, opta pelo caminho do 'lawfare', do ativismo judicial, para buscar eleições sem oposição", defendeu Bolsonaro.

A "lawfare" é "a utilização intencional do direito para atingir um determinado objetivo estratégico, operacional ou tático contra um determinado adversário", disse à Lusa em fevereiro a especialista norte-americana Jill Goldenziel.

"Acredito que a inelegibilidade de Marine Le Pen segue a mesma cartilha também da Venezuela, onde a oposição de (o presidente Nicolás) Maduro, Maria Corina (Machado), ficou fora da cédula eleitoral por uma absurda inelegibilidade de 15 anos", disse Bolsonaro.

Marine le Pen, condenada na segunda-feira por desvio de fundos do Parlamento Europeu, declarou-se vítima de uma sentença "política" que visa impedir "a favorita para as eleições presidenciais de poder candidatar-se" em 2027.  

Numa entrevista televisiva ao canal TF1, em que reagiu pela primeira vez à sentença judicial que a inabilita para cargos públicos durante cinco anos, Le Pen qualificou a mesma de "política" e denunciou práticas "reservadas aos regimes autoritários", prometendo lutar pela candidatura presidencial dentro de dois anos.

Le Pen, líder do grupo parlamentar da União Nacional (RN, na sigla em francês), foi condenada pelo Tribunal de Paris a quatro anos de prisão, dois dos quais não suspensos e sujeitos a um sistema de vigilância eletrónica, a uma multa de 100 mil euros e a cinco anos de inelegibilidade, a cumprir imediatamente e aplicados mesmo em caso de recurso.

 

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