O presidente boliviano Luís Arce anunciou a adesão formal da Bolívia aos BRICS, como Estado associado, e destacou que a integração dá ao país andino a oportunidade de impulsionar alguns setores-chave como energia, tecnologia e comércio, entre outros.
"A partir de hoje, 1 de janeiro de 2025, o nosso Estado Plurinacional da Bolívia junta-se formalmente como Estado associado aos BRICS, um bloco importante que representa quase 45% da população mundial", escreveu Luis Arce nas redes sociais.
"Não só abre novas portas ao nosso país, como nos posiciona para expandirmos e diversificarmos as nossas relações comerciais num mercado vibrante e em crescimento", acrescentou o chefe de Estado.
A formalização da associação da Bolívia aos BRICS foi anunciada numa carta do ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, país que preside o bloco, Serguei Lavrov, à colega boliviana, Celinda Sosa.
"Estou certo de que a decisão histórica de criar esta categoria, tomada no âmbito da Cimeira dos BRICS em Kazan, abrirá uma nova página na história da entidade e será mais um passo no processo de reforço das posições dos países emergentes na cena internacional", escreveu Lavrov.
Génese dos BRICS
O Brasil, a Rússia, a Índia e a China criaram o grupo BRIC em 2006, ao qual a África do Sul se juntou em 2010, acrescentando a letra "S" ao acrónimo.
No ano passado, foi aprovada a adesão de seis novos países: Egito, Irão, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Argentina e Arábia Saudita, embora o governo de Buenos Aires, liderado por Javier Milei, tenha posteriormente recusado juntar-se ao bloco de economias emergentes.
A Bolívia solicitou no ano passado a adesão aos BRICS, um interesse confirmado por Arce ao presidente russo, Vladimir Putin, em junho, durante uma viagem à Rússia para participar no Fórum Económico Internacional de São Petersburgo.
"A adesão aos BRICS dá-nos a oportunidade de impulsionar setores-chave como a energia, o comércio, a tecnologia, a indústria transformadora e as finanças sustentáveis", sublinhou o presidente boliviano.
"Num mundo cheio de incertezas devido à transição para uma nova ordem global, fazer parte deste bloco permite-nos diversificar e proteger os nossos ativos, tornando-nos um ator relevante numa plataforma de investimento em economias emergentes com imenso potencial", acrescentou.