Boeing aceita acordo para evitar julgamento criminal por acidentes com 737 Max

por RTP
Jennifer Buchanan/Pool/AFP

A Boeing aceitou declarar-se culpada de fraude criminal na sequência de dois acidentes com o 737 Max, após o Governo norte-americano descobrir que a empresa violou um acordo.

Os procuradores federais deram à Boeing a opção, esta semana, de se declarar culpada e pagar uma multa, como parte da sentença, ou enfrentar um julgamento com a acusação criminal de conspiração para defraudar os Estados Unidos.

O acordo judicial, que ainda deve ter a aprovação de um juiz federal para entrar em vigor, prevê que a Boeing pague uma multa adicional de 243,6 milhões de dólares (224,9 milhões de euros). É o mesmo montante que a empresa pagou no âmbito do acordo de 2021, que o Departamento de Justiça afirmou que a empresa violou.

Ao se declarar culpada, a Boeing evitará o espetáculo de um julgamento criminal – algo que as famílias das vítimas têm pressionado.

A empresa está em crise devido a questões de segurança desde dois acidentes quase idênticos envolvendo aeronaves 737 Max em 2018 e 2019. Isso levou ao afastamento global do avião por mais de um ano.

Os promotores federais alegaram que a Boeing cometeu conspiração para defraudar o Governo ao enganar os reguladores sobre um sistema de controlo de voo que estava implicado nos acidentes.
Os acidentes ocorreram na Indonésia, em outubro de 2018, e na Etiópia, menos de cinco meses depois.
Este acordo judicial abrange apenas as infrações cometidas pela Boeing antes dos dois acidentes, que provocou a morte de 346 passageiros e membros da tripulação a bordo de dois novos aviões Max.

Não atribui imunidade à Boeing por outros acidentes, incluindo a explosão de um painel de um avião Max durante um voo da Alaska Airlines em janeiro, referiu um funcionário do Departamento de Justiça citado pela agência Associated Press.

Como parte do acordo de janeiro de 2021, o Departamento de Justiça disse que não processaria a Boeing se a empresa cumprisse determinadas condições ao longo de três anos. Mas no mês passado, os procuradores alegaram que a Boeing violou os termos desse acordo.


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