`Blogger` russo condenado a 6,5 anos de prisão por notícias falsas sobre guerra na Ucrânia
O administrador do canal Moscow Calling da plataforma digital Telegram, Andrei Kurshin, declarado "agente estrangeiro" pelas autoridades russas, foi hoje condenado a seis anos e meio de prisão, por divulgar notícias falsas sobre o Exército russo na Ucrânia.
"O Tribunal [Distrital de Cherimushki, em Moscovo] declarou Kurshin culpado do crime de difundir publicamente informações deliberadamente falsas sobre a atuação das Forças Armadas da Rússia e condenou-o a seis anos e seis meses de privação de liberdade", indicou aquela instância judicial, citada pela agência noticiosa russa RIA Novosti.
Kurshin, que durante as investigações preliminares e o julgamento foi mantido em prisão domiciliária, foi detido na sala do tribunal penal e cumprirá a sua pena numa prisão comum.
O tribunal proibiu-o também de administrar `sites` da Internet durante quatro anos.
De acordo com o Ministério Público russo, Kurshin publicou no seu canal Telegram, entre setembro e novembro de 2022, informações que as autoridades russas consideraram falsas e, após ser detido e interrogado, admitiu a sua culpa.
Também a cidadã russo-norte-americana Ksenia Karelina, acusada na Rússia de alta traição por ter enviado dinheiro para o Exército ucraniano, se declarou hoje culpada do crime, um dia antes de o Tribunal Regional de Sverdlovsk emitir o seu veredicto.
"Amanhã (quinta-feira), teremos as alegações finais, a última palavra e a sentença", disse o seu advogado, Mikhail Mushail Mushaylov, à RIA Novosti.
Karelina foi detida em fevereiro na capital dos Urais, Ekaterinburgo, e acusada de enviar para a Ucrânia dinheiro para a compra de mantimentos, equipamento militar, munições e armas.
O advogado recusou-se, no entanto, a revelar o montante transferido pela jovem de 33 anos para a Ucrânia, a braços com uma ofensiva russa desde fevereiro de 2022.