O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, vai continuar a trabalhar para terminar com as guerras em Gaza e no Líbano, até à tomada de posse da nova administração liderada por Donald Trump, garantiu hoje o seu porta-voz.
"Continuaremos a trabalhar para o fim da guerra em Gaza, o fim da guerra no Líbano, o aumento da ajuda humanitária [a Gaza], e é nosso dever continuar estas políticas até 20 de Janeiro ao meio-dia, quando o presidente eleito toma posse", destacou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em declarações aos jornalistas.
O secretário de Estado norte-americano, que realizou 11 viagens ao Médio Oriente desde o ataque do Hamas a Israel em outubro de 2023, pressiona há meses por um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza que permita em paralelo a libertação de reféns detidos pelo movimento islamita palestiniano.
O presidente eleito, o republicano Donald Trump, sugeriu que dará a Israel mais liberdade para atingir todos os seus objetivos e criticou o atual chefe de Estado, o democrata Joe Biden, acusado de tentar amarrar as mãos do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
Por outro lado, a administração Biden é criticada pela ala esquerda do Partido Democrata por não ter utilizado suficientemente as suas alavancas para travar a guerra, incluindo a entrega de armas a Israel.
Blinken irá também procurar alcançar "progressos tangíveis" noutras áreas prioritárias, incluindo "vencer a competição" em que os Estados Unidos está envolvido com a China, ao mesmo tempo "gere de forma responsável a relação entre os dois países" e "garantir que a Ucrânia estar na melhor situação possível".
Matthew Miller especificou, a este respeito, que Washington pretende gastar até ao último cêntimo do envelope orçamental de 60 mil milhões de dólares a favor de Kiev até 20 de janeiro, enquanto Donald Trump questionou o apoio dos Estados Unidos à Ucrânia.
O porta-voz indicou ainda que o secretário de Estado nomeou Steve Mull, um antigo diplomata de carreira que serviu como embaixador na Polónia e na Lituânia, para gerir a transição com a equipa de Donald Trump.
O Presidente Biden prometeu hoje uma "transição pacífica e ordeira" após a vitória de Trump nas eleições presidenciais de terça-feira.
A última transição entre 2020 e 2021 foi caótica porque Donald Trump recusou-se a reconhecer a sua derrota contra Joe Biden.
O republicano Donald Trump foi eleito o 47.º Presidente dos Estados Unidos, tendo superado os 270 votos necessários no colégio eleitoral, quando ainda decorre o apuramento dos resultados.
Trump segue também à frente da adversária democrata no voto popular, com 50,9% contra os 47,6% de Kamala Harris.
O Partido Republicano recuperou ainda o Senado ao ultrapassar a fasquia de 51 eleitos, enquanto na Câmara dos Representantes encontra-se igualmente à frente no apuramento com 205 mandatos, a apenas 13 da maioria.