Bielorrússia suspende participação no Tratado sobre Redução de Armas na Europa

por Cristina Sambado - RTP
Valery Sharifuli - Pool via Reuters

O presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, assinou um decreto que suspende a participação da Bielorrússia, a mais próxima aliada de Moscovo, no Tratado sobre as Forças Armadas Convencionais na Europa.

O decreto, assinado a 24 de maio, foi publicado esta quarta-feira na página oficial antiga república soviética, vizinha da Rússia e da Ucrânia.

A Bielorrússia, que não está diretamente envolvida no terreno na Ucrânia, cedeu o seu território ao exército russo quando Moscovo lançou a "operação especial" em fevereiro de 2022.Após a sua reeleição, que foi muito contestada em 2020, Lukashenko, que está no poder na Bielorrússia há quase três décadas, aproximou-se consideravelmente de Moscovo, que fornece apoio financeiro, diplomático e militar ao seu regime.

Em dezembro de 2007, a Rússia suspendeu unilateralmente a sua participação no Tratado sobre as Forças Armadas Convencionais na Europa (CFE) de 1990, que limita o número de tropas e de equipamento - tanques, aviões e artilharia - do Atlântico aos Urais e prevê o intercâmbio de informações e inspeções mútuas.

Moscovo considerou o tratado anacrónico na altura e justificou a sua decisão com a recusa dos países ocidentais signatários, nomeadamente os membros da NATO, em ratificar a nova versão do tratado, adaptada em 1999 em Istambul.

Segundo a Rússia, estes países tinham colocado como condição para a ratificação o respeito de acordos separados sobre a retirada das tropas russas da Transdniestria, na Moldávia, e das repúblicas separatistas da Geórgia.

Em maio de 2023, o presidente russo Vladimir Putin retirou formalmente a Rússia do Tratado CFE.
Drones abatidos
No terreno a ofensiva prossegue e na última noite os militares ucranianos abateram 13 dos 14 drones lançados pela Rússia a três regiões, revelou a força aérea da Ucrânia.

Os destroços de um drone caíram sobre a infraestrutura de energia na região de Rivne, no noroeste da Ucrânia, revelou o governador Oleksandr Koval na rede social Telegram. O ataque despoletou um mecanismo de defesa que cortou a energia elétrica em algumas localidades, que foi, entretanto, restabelecida.

Os destroços dos drones também danificaram as linhas elétricas na região central de Kirovohrad, estando os trabalhos de reparação em curso, acrescentou Oleksandr Koval.
O recém-nomeado ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, enviou mensagens às forças de Moscovo na Ucrânia agradecendo-lhes o progresso no campo de batalha, informou esta quarta-feira o jornal oficial do exército Zvezda.
Na região Mykolaiv, a Força Aérea abateu 11 drones,
avançou o governador local que não deu pormenores sobre os danos.

Na última noite, as defesas aéreas russas destruíram um drone ucraniano sobre a cidade de Armavir, avançou governador regional Veniamin Kondratyev na rede de mensagens Telegram.

Armavir, uma cidade na região de Krasnodar, no sul da Rússia, possui uma estação de radares considerada fundamental no sistema de alerta precoce russo contra-ataques de mísseis.

c/ agências
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