Biden promete retaliar. Três soldados norte-americanos mortos em ataque na Jordânia

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
Estas são as primeiras mortes de soldados norte-americanos na região desde o início da guerra em Gaza Jonathan Ernst - Reuters

Três soldados norte-americanos foram mortos e dezenas ficaram feridos num ataque com drones na Jordânia na noite de sábado. O presidente dos Estados Unidos já prometeu retaliar face a esta ação levada a cabo "por grupos militantes radicais apoiados pelo Irão".

"Hoje, a América tem o coração pesado. Ontem à noite, três militares americanos foram mortos e vários ficaram feridos num ataque de drones às nossas forças estacionadas no nordeste da Jordânia", disse o presidente norte-americano, Joe Biden, num comunicado este domingo.

O presidente dos Estados Unidos disse que ainda estão a recolher mais informações sobre este ataque, mas avança que “foi realizado por grupos militantes radicais apoiados pelo Irão e que operam na Síria e no Iraque”. Estas foram as primeiras vítimas mortais dos Estados Unidos em meses de ataques contra forças norte-americanas em todo o Médio Oriente por milícias apoiadas pelo Irão, no meio da guerra entre Israel e o Hamas em Gaza, que vê o aumento do risco de escalada.

Num comunicado divulgado este domingo, Joe Biden prometeu retaliar: "Prosseguiremos o compromisso de combater o terrorismo. E não tenham dúvidas: vamos responsabilizar todos os implicados no momento e da forma que escolhermos".

O secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, assegurou que "serão tomadas todas as medidas necessárias para defender os Estados Unidos, as suas tropas e interesses".

Segundo as autoridades norte-americanas, o ataque foi levado a cabo no nordeste da Jordânia, perto da fronteira com a Síria. No entanto, um porta-voz da Jordânia veio entretanto afirmar que o ataque não ocorreu em solo jordaniano, mas sim na Síria.
Em declarações à emissora pública jordana, Muhannad al Mubaidin avançou que o ataque tinha como alvo a base norte-americana de Al-Tanf, na Síria.
"Amostra do inferno"
A milícia al-Nujaba, uma das mais destacadas da Resistência Islâmica no Iraque, congratulou-se com os vários ataques que o grupo lançou contra posições norte-americanas na Síria e no Iraque.

O grupo de milícias declarou que o seu ataque com drones a uma base norte-americana na Síria foi apenas uma "pequena amostra do inferno".

"Esta operação é uma pequena amostra do inferno das operações da Resistência Islâmica no Iraque", refere em comunicado a al-Nujaba, citada pela agência e noticias espanhola EFE, adiantando que esse ataque "matou e feriu mais de 50 soldados norte-americanos".

O porta-voz do Hamas, Sami Abou Zahri, declarou que a morte destes três soldados "é uma mensagem para a administração norte-americana". "A contínua agressão americano-sionista em Gaza corre o risco de uma explosão regional com a raiva de todo o mundo muçulmano", afirmou.

Segundo avançou uma autoridade norte-americana à agência Reuters, para além dos três soldados mortos, outros 34 ficaram feridos neste ataque e estão a ser avaliados para despistar possíveis lesões cerebrais traumáticas.

As tropas dos EUA há muito que utilizam a Jordânia como base militar e cerca de três mil soldados norte-americanos estão destacados para aquele país.

Desde o início da guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza, a 7 de outubro, que as tropas norte-americanas no Iraque e na Síria têm enfrentado ataques de drones e mísseis às suas bases. O ataque à Jordânia é, no entanto, o primeiro que tem como alvo as tropas norte-americanas na Jordânia, o que vem escalar a tensão no Médio Oriente.

Este ataque ocorre no contexto de uma escalada da guerra no Médio Oriente, com a guerra na Faixa de Gaza e os ataques dos rebeldes Houthis do Iémen no Mar Vermelho. Mais recentemente, um grupo de países ocidentais, liderados por Estados Unidos e Reino Unido, têm levado a cabo vários ataques contra posições dos rebeldes Houthis, apoiados pelo Irão, para manter a segurança da navegação comercial no Mar Vermelho.

c/agências
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