O Presidente norte-americano Joe Biden instou na quarta-feira o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a "minimizar o impacto sobre os civis" no Líbano, particularmente em Beirute, manifestando apoio ao "direito de Israel de proteger os seus cidadãos do Hezbollah".
A Casa Branca (presidência norte-americana) não adiantou detalhes, na sua nota sobre a conversa telefónica entre Biden e Netanyahu, sobre a esperada resposta de Israel ao ataque com mísseis do Irão, em 01 de outubro.
Os dois governantes concordaram em "manter contacto estreito durante os próximos dias, diretamente e através das suas equipas de conselheiros de segurança nacional", detalhou ainda.
Joe Biden, que há sete semanas não falava diretamente com o líder israelita, "sublinhou a necessidade de uma solução diplomática" para permitir o regresso das populações civis do norte de Israel e do sul do Líbano.
Os Estados Unidos, por outro lado, já não apelam, como fizeram há dez dias, a um cessar-fogo no Líbano, afirmando, pelo contrário, apoiar a ofensiva israelita, com base nos seus sucessos recentes desde o assassinato do líder do movimento xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah.
Mas temem um cenário semelhante ao de Gaza e estão a tentar regular a resposta israelita.
Depois de uma campanha de ataques aéreos maciços lançada a 23 de setembro contra bastiões do Hezbollah em todo o Líbano, Israel tem liderado uma ofensiva terrestre no sul do país desde 30 de setembro, expandida esta semana para as zonas costeiras do sudoeste.
"Até agora, temos assistido a incursões terrestres limitadas", salientou na quarta-feira o porta-voz da diplomacia dos EUA, Matthew Miller.
Os Estados Unidos advertiram Israel contra qualquer ofensiva no Líbano que "se assemelhe" ao que aconteceu na Faixa de Gaza, devastada por um ano de guerra implacável travada por Israel em retaliação pelo ataque do Hamas em 07 de outubro de 2023.
Na terça-feira, Benjamin Netanyahu tinha avisado que o Líbano pode sofrer a mesma "destruição e sofrimento" que Gaza, e apelou aos libaneses para "libertarem o seu país" do Hezbollah, um movimento aliado do Irão.
No que diz respeito a Gaza, o Presidente norte-americano e Benjamin Netanyahu, segundo a Casa Branca, falaram da "urgência de relançar a ação diplomática para libertar os reféns detidos pelo Hamas".
Estas negociações, realizadas sob a égide dos Estados Unidos, do Egito e do Qatar, estão paralisadas, com Washington a sublinhar em particular que o Hamas não mantém quaisquer conversações há semanas.
Joe Biden considerou ainda "imperativo restaurar o acesso [para ajuda humanitária] ao norte" do território palestiniano, onde o Exército israelita realiza intensos bombardeamentos e fechou estradas.
O número de mortos na Faixa de Gaza, onde Israel mantém há um ano uma intensa ofensiva militar, ultrapassou hoje os 42.000, a maioria mulheres e crianças, adiantou, num comunicado, o Ministério da Saúde local, tutelado pelo grupo extremista palestiniano Hamas, que controla o enclave desde 2007.
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel, a 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Após ter enfraquecido o Hamas numa ofensiva em Gaza, Israel transferiu a maior parte das operações contra o Hezbollah no vizinho Líbano em meados de setembro.