Biden passa testemunho a Harris na convenção democrata

por Lusa
Biden passou o testemunho a Harris Elizabeth Frantz - Reuters

O presidente norte-americano, Joe Biden, passou esta noite o testemunho a Kamala Harris durante a convenção democrata, que decorre em Chicago, declarando que a democracia sobreviveu mas agora tem de ser preservada. 

"Com gratidão no coração, digo-vos nesta noite de agosto que a democracia prevaleceu", afirmou o presidente, que falou na noite inaugural da convenção. "E agora a democracia tem de ser preservada". 

Biden foi recebido com uma ovação de mais de quatro minutos e mostrou-se energético, projetando a voz num discurso onde passou em revista todas as conquistas da sua administração e a fasquia da eleição de novembro. 

"Estamos num ponto de inflexão", considerou. "É um desses raros momentos na História em que as decisões que tomarmos agora vão determinar o futuro durante décadas", acrescentou. 

Galvanizando a audiência para "bater Donald Trump e eleger Kamala e Tim", Joe Biden passou o testemunho projetando medidas da futura administração, desde restaurar o direito ao aborto a tornar o crédito fiscal infantil permanente e aumentar os impostos das grandes corporações.

Interrompido mais do que uma vez com cânticos de "We love Joe" (Adoramos o Joe) e "Thank you Joe" (Obrigado Joe), Biden mostrou o maior vigor ao falar de Donald Trump, o oponente republicano que derrotou em 2020 e que é novamente candidato. 

Acusações a Trump

"Donald Trump diz que a América é uma nação falhada", disse, mostrando-se indignado. "A mensagem que ele envia ao mundo é que estamos a perder. Ele é que é o perdedor, está errado", notou.

Biden acusou Trump de mentir sobre as estatísticas de crime nos Estados Unidos, contrapondo que o crime violento está em mínimos de 50 anos.

"O crime vai continuar a descer quando pusermos uma procuradora na presidência em vez de um criminoso condenado", afirmou.  

O presidente democrata abordou também o facto de Trump ter levado ao chumbo de uma legislação bipartidária para reforçar a segurança na fronteira e afirmou que Kamala Harris, ao contrário do republicano, "não vai demonizar os emigrantes". 

Guerra no Médio Oriente

O chefe de Estado realçou a resistência da Ucrânia, garantindo que Harris não dobrará o joelho perante o presidente russo, Vladimir Putin, e falou da sua proposta de cessar-fogo para o conflito Israel-Hamas, que criou uma catástrofe humanitária em Gaza. 

"Os manifestantes lá fora têm razão, muita gente está a morrer - dos dois lados", disse Biden, mencionando as milhares de pessoas que protestam contra a guerra em Gaza nos arredores da convenção. 

O discurso serviu como despedida de Biden, menos de um mês depois de desistir da corrida e apoiar Kamala Harris. Falou dos 50 anos que passou na política e declarou-se grato a todos, mostrando-se otimista. 

"Selecionar a Kamala foi a primeira decisão que tomei quando fui nomeado, e foi a melhor decisão que tomei em toda a minha carreira política", declarou. "Ela vai ser uma presidente de que todos podemos ter orgulho. Vai ser uma presidente histórica", afirmou, prometendo ser o melhor voluntário da sua campanha.

Regressando várias vezes ao assalto ao Capitólio a 6 de janeiro de 2021, Biden disse que todos os norte-americanos têm a obrigação de voltar a salvar a democracia em 2024. 

"Foi a honra da minha vida servir como vosso presidente", afirmou. "Adoro este cargo, mas amo ainda mais o meu país".

 

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