Os Estados Unidos estão divididos entre Kamala Harris e Donald Trump, com as sondagens a aproximar democratas a republicanos. O presidente Joe Biden demonstra clara preocupação, seja qual for o resultado a 5 de novembro.
Se Donald Trump ganhar, naturalmente Biden não ficará agradado, reafirmando que os EUA dão um passo atrás. Se perder, o presidente afirma que não ficará “nem um pouco confiante”, referindo-se à transferência do executivo e à aceitação dos resultados.
"Ele fala a sério. Não o levamos a sério mas ele fala a sério. Todas essas coisas sobre se perdermos, haverá um banho de sangue, é porque foi uma [eleição] roubada", apontou Biden, com preocupação, ao coordenador das eleições e da campanha da estação CBS News, Robert Costa.
Esta foi a primeira entrevista desde que Biden desistiu da corrida presidencial e apoiou a vice-presidente, Kamala Harris, para a nomeação democrata - será emitida no próximo domingo no CBS News Sunday Morning.
"Veja o que eles (republicanos) estão a tentar fazer agora nos distritos eleitorais onde as pessoas contam os votos", acentuou Biden, relembrando uma ideia sobre eleições e democracia: "Não se pode amar o país apenas quando se vence".
Não fica claro, no pequeno vídeo de promoção da entrevista, se Biden quis dizer que os republicanos enviam agentes para contestar a contagem de votos, que intimidam os trabalhadores eleitorais ou ambos.
Os comentários de Trump sobre o "banho de sangue" remontam a um comício de campanha no Ohio, em março.
“Agora, se eu não for eleito, será um banho de sangue. Isso será o menos. Será um banho de sangue para o país”, clamou então o candidato republicano.
Na altura, o alarme soou, nomeadamente entre os democratas, mas a equipa da campanha de Trump apressou-se a dizer que o candidato se referia às consequências económicas da política comercial dos EUA.
Biden, durante a campanha de reeleição, focou-se sempre na ideia de que Trump se apresenta como uma ameaça à democracia dos EUA.