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Biden "nada confiante" em transição pacífica se Trump perder eleição presidencial

por Carla Quirino - RTP
Nathan Howard - Reuters

Na primeira entrevista após ter abandonado a corrida de 2024 à Casa Branca, o presidente norte-americano, Joe Biden, confessa não estar confiante quanto a uma passagem de testemunho pacífica, caso Donald Trump saia derrotado. Sobretudo depois da utilização de expressões como "banho de sangue".

Os Estados Unidos estão divididos entre Kamala Harris e Donald Trump, com as sondagens a aproximar democratas a republicanos. O presidente Joe Biden demonstra clara preocupação, seja qual for o resultado a 5 de novembro.

Se Donald Trump ganhar, naturalmente Biden não ficará agradado, reafirmando que os EUA dão um passo atrás. Se perder, o presidente afirma que não ficará “nem um pouco confiante”, referindo-se à transferência do executivo e à aceitação dos resultados.

"Ele fala a sério. Não o levamos a sério mas ele fala a sério. Todas essas coisas sobre se perdermos, haverá um banho de sangue, é porque foi uma [eleição] roubada", apontou Biden, com preocupação, ao coordenador das eleições e da campanha da estação CBS News, Robert Costa. 

Esta foi a primeira entrevista desde que Biden desistiu da corrida presidencial e apoiou a vice-presidente, Kamala Harris, para a nomeação democrata - será emitida no próximo domingo no CBS News Sunday Morning.

"Veja o que eles (republicanos) estão a tentar fazer agora nos distritos eleitorais onde as pessoas contam os votos", acentuou Biden, relembrando uma ideia sobre eleições e democracia: "Não se pode amar o país apenas quando se vence".


Não fica claro, no pequeno vídeo de promoção da entrevista, se Biden quis dizer que os republicanos enviam agentes para contestar a contagem de votos, que intimidam os trabalhadores eleitorais ou ambos.

Os comentários de Trump sobre o "banho de sangue" remontam a um comício de campanha no Ohio, em março. “Agora, se eu não for eleito, será um banho de sangue. Isso será o menos. Será um banho de sangue para o país”, clamou então o candidato republicano.

Na altura, o alarme soou, nomeadamente entre os democratas, mas a equipa da campanha de Trump apressou-se a dizer que o candidato se referia às consequências económicas da política comercial dos EUA.

Biden, durante a campanha de reeleição, focou-se sempre na ideia de que Trump se apresenta como uma ameaça à democracia dos EUA.
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