Biden muda de postura. Ucrânia pode usar armas fornecidas pelos EUA contra a Rússia
É uma mudança de postura do presidente dos Estados Unidos, ao autorizar que a Ucrânia utilize armamento norte-americano para atacar alvos russos, desde que seja pela defesa da cidade de Kharkiv. Washington justifica que a nova política de Joe Biden visa apenas o "contra-ataque" e proíbe ataques de longo alcance.
A mesma fonte, contudo, acrescentou que se mantém a política de Washington de que Kiev não deve utilizar armas provenientes dos Estados Unidos para atacar dentro das fronteiras russas.
“A nossa política em relação à proibição do uso de Atacms ou ataques de longo alcance dentro da Rússia não mudou”, frisou.
Segundo a fonte da Casa Branca, esta mudança de política visa permitir que a artilharia ucraniana fornecida pelos EUA possa ser usada contra as forças russas na fronteira russa a partir da região de Kharkiv. Além disso, permitirá que o Exército ucraniano tenha como alvo tropas russas concentradas na fronteira da região russa de Beolgorod.
De acordo com o jornal Politico, a Administração Biden decidiu dar “flexibilidade” à Ucrânia para se defender de ataques na fronteira perto de Kharkiv.
“Na prática, a Ucrânia pode agora usar armas providenciadas pelos Estados Unidos da América para abater mísseis russos em direção a Kharkiv, sobre tropas que se estejam a reunir junto da fronteira ou para atacar bombardeiros que estejam a lançar bombas sobre território ucraniano”, pode ler-se na notícia do Politico, que cita quatro fontes, também sem as identificar.
Esta mudança de política acontece depois dos apelos dos aliados dos EUA na Europa , incluindo o Reino Unido, Alemanha e França, e do secretário-geral da NATO, para que a Ucrânia pudesse usar armas fornecidas pelo Ocidente contra alvos militares na Rússia.
Apelos da NATO
Já esta sexta-feira, o secretário-geral da NATO pediu aos Aliados que revejam as restrições colocadas ao armamento ocidental usado pela Ucrânia em território russo, sugerindo que as limitações poderiam ser “reconsideradas” dada a evolução da guerra.
“Temos de reconhecer que os Aliados estão a prestar muitos tipos diferentes de apoio militar à Ucrânia. Alguns deles impuseram restrições à utilização dessas armas, outros não impuseram quaisquer restrições às armas que forneceram à Ucrânia, estas são decisões nacionais, mas penso que, à luz da forma como esta guerra evoluiu face ao início, quando quase todos os combates tiveram lugar em território ucraniano, […] creio que chegou a altura de reconsiderar algumas destas restrições”, declarou Jens Stoltenberg. Numa conferência sobre os 75 anos da NATO, que antecede a reunião informal dos chefes da diplomacia da Aliança Atlântica na capital checa, Praga, Jens Stoltenberg lembrou que, dois anos após a invasão russa da Ucrânia, “a maior parte dos combates pesados tem tido lugar ao longo da fronteira entre a Rússia e a Ucrânia”, com a linha da frente a ser “o lado russo da fronteira”.
O responsável frisou que a reavaliação sobre este alívio de restrições deveria acontecer para “permitir que os ucranianos se defendam efetivamente”.
Na última semana, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez um apelo para que o país pudesse utilizar armamento disponibilizado pelo Ocidente para atingir posições militares no território russo.
A questão, contudo, continuar a não ser consensual e há vários países do bloco político-militar que querem continuar a limitar a utilização do armamento ocidental à defesa ucraniana no seu próprio território, uma vez que eventuais ataques ao território russo com armamento fornecido pelo Ocidente poderiam ser interpretados pelo Kremlin como um envolvimento direto no conflito e levar a uma escalada.
“Temos de reconhecer que os Aliados estão a prestar muitos tipos diferentes de apoio militar à Ucrânia. Alguns deles impuseram restrições à utilização dessas armas, outros não impuseram quaisquer restrições às armas que forneceram à Ucrânia, estas são decisões nacionais, mas penso que, à luz da forma como esta guerra evoluiu face ao início, quando quase todos os combates tiveram lugar em território ucraniano, […] creio que chegou a altura de reconsiderar algumas destas restrições”, declarou Jens Stoltenberg. Numa conferência sobre os 75 anos da NATO, que antecede a reunião informal dos chefes da diplomacia da Aliança Atlântica na capital checa, Praga, Jens Stoltenberg lembrou que, dois anos após a invasão russa da Ucrânia, “a maior parte dos combates pesados tem tido lugar ao longo da fronteira entre a Rússia e a Ucrânia”, com a linha da frente a ser “o lado russo da fronteira”.
O responsável frisou que a reavaliação sobre este alívio de restrições deveria acontecer para “permitir que os ucranianos se defendam efetivamente”.
Na última semana, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez um apelo para que o país pudesse utilizar armamento disponibilizado pelo Ocidente para atingir posições militares no território russo.
A questão, contudo, continuar a não ser consensual e há vários países do bloco político-militar que querem continuar a limitar a utilização do armamento ocidental à defesa ucraniana no seu próprio território, uma vez que eventuais ataques ao território russo com armamento fornecido pelo Ocidente poderiam ser interpretados pelo Kremlin como um envolvimento direto no conflito e levar a uma escalada.
Recorde-se que, recentemente, Vladimir Putin voltou a alertar para as “sérias consequências” caos a Rússia seja atacada com armas ocidentais. Mas os EUA mudaram de política depois de Moscovo ter lançado uma nova ofensiva em Kharkiv.
Após o anunciado alívio parcial norte-americano, o secretário-geral da NATO disse confiar numa utilização “responsável e de acordo com o direito internacional”, por parte da Ucrânia, do armamento doado pelo Ocidente e usado em território russo. “Muitos aliados deixaram claro que aceitam que a Ucrânia esteja a utilizar as armas que recebeu para se defenderem, inclusive atacando alvos imediatos dentro da Rússia, especialmente quando esses equipamentos militares são utilizados em ataques diretos em solo russo, [mas] todos esperamos que isso seja feito de acordo com o direito internacional e de forma responsável”, afirmou Stoltenberg.
“É claro que todos partimos do princípio de que isso será feito de uma forma responsável”.
Jens Stoltenberg salientou que “a Rússia atacou a Ucrânia e esta tem o direito de se defender, o que inclui também atacar alvos militares ilegítimos dentro da Rússia”, assinalando ser “muito difícil para a Ucrânia defender-se se não lhe for permitido utilizar armas avançadas para repelir esses ataques”.