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Biden destapa dados sobre Wuhan para "chegar ao fundo das origens da covid-19"

por Carla Quirino - RTP
Thomas Pete - Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu luz verde, na segunda-feira, a um projeto-lei aprovado no Congresso que pretende levantar o sigilo e divulgar informações até agora classificadas sobre as origens da pandemia do SARS-CoV-2, em Wuhan. Em causa estão possíveis ligações entre o laboratório de investigação em coronavírus daquela cidade chinesa e a propagação da covid-19.

A cidade chinesa de Wuhan foi considerada o epicentro da pandemia da covid-19, a partir de 2019.

O presidente norte-americano, Joe Biden, decidiu aprovar um projeto-lei para levantar o segredo de dados relativos ao laboratório de virologia da mesma cidade – Wuhan Institute of Virology. Esta medida prevê também a divulgação de informações sobre possíveis ligações entre o laboratório e as origens do surto.

“Precisamos chegar ao fundo das origens da covid-19 (…) incluindo possíveis ligações ao Instituto de Virologia de Wuhan”, sublinhou a Casa Branca em comunicado. "Devemos conhecer a origem para garantir que saberemos prevenir as pandemias futuras", acrescentou. “Partilho o objetivo do Congresso em divulgar o máximo de informações possível sobre a origem” da covid-19, insistiu Biden.


“Ao implementar esta legislação, o meu Governo desclassificará e partilhará o máximo possível essas informações”, prosseguiu o gabinete do presidente norte-americano.

Biden referiu em 2021 que, após assumir a Presidência, tinha “orientado a comunidade dos serviços secretos para usar todas as ferramentas à sua disposição” na pesquisa da origem do vírus. Agora, confirma que a investigação está “em andamento” e, em breve, as informações serão tornadas públicas. Garante em simultâneo que o que for divulgado não causará “danos à segurança nacional”.
E o lado chinês?
A desclassificação e divulgação de dados sobre o laboratório chinês de Wuhan poderá desencadear um conjunto de leituras de correlações a implicar o Instituto de Virologia de Wuhan e o epicentro da pandemia.

Com esta resolução, Biden arrisca exacerbar o desentendimento com presidente da China, Xi Jinping.

Pequim já fez saber que rejeita veementemente a possibilidade de ter existido alguma fuga durante os trabalhos de investigação, inerentes ao laboratório de Wuhan, e que possa ter qualquer responsabilidade na difusão da pandemia.

As dúvidas sobre a origem do vírus subsistem entre várias agências norte-americanas. Uma parte considera que a contaminação do vírus aconteceu aleatoriamente a partir um animal infetado. Outra atribui a origem à produção laboratorial, designadamente no Instituto de Virologia de Wuhan.

O Departamento de Energia dos EUA, uma das agências norte-americanas que investigam o surto, concluiu com “pouca confiança” que o vírus provavelmente veio de um laboratório. Esta análise vai ao encontro da avaliação do FBI, mas contraria as indicações de outras agências.
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