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O Presidente norte-americano abriu o discurso anual do Estado da União com um alerta sobre como a "Liberdade e a Democracia estão a ser atacadas" no país e no mundo. Garantiu que o apoio americano à Ucrânia não vai esmorecer e reforçou que a única opção viável para o conflito entre Israel e o Hamas é a slução de dois Estados.
"Enfrentamos um momento sem precedentes na História da União. E sim, o meu objetivo esta noite é acordar este Congresso e alertar o povo americano de que este não é um momento comum. Desde o Presidente Lincoln e a Guerra Civil que a liberdade e a democracia não eram atacadas aqui em casa como são hoje", disse Joe Biden, no terceiro discurso do Estado da União, na quinta-feira à noite.
Biden comparou os dias de hoje com o período anterior à Segunda Guerra Mundial, quando Adolf Hitler marchava na Europa, e considerou que agora é o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, quem pretende conquistar mais terreno na Europa.
"O que torna o nosso momento raro é que a liberdade e a democracia estão sob ataque, tanto a nível interno como no estrangeiro, ao mesmo tempo. No exterior, Putin está em marcha, invadindo a Ucrânia e semeando o caos por toda a Europa e além dela. Se alguém nesta sala pensa que Putin irá parar na Ucrânia, garanto-vos que não o fará", alertou, sendo aplaudido de pé pelos democratas presentes no salão.
Biden prometeu que os soldados dos Estados Unidos não irão para a Ucrânia e reforçou os apelos para mais ajuda a Kiev.
Ao sublinhar várias vezes ao longo do discurso que a "História está a observar" as decisões que hoje são tomadas, o chefe de Estado advogou que se os EUA recuarem agora no apoio a Kiev, não só "colocarão a Ucrânia em risco", como também a "Europa e o mundo livre".
"A minha mensagem para o Presidente Putin é simples: Não iremos embora. Não nos vamos curvar. Eu não me vou curvar", frisou, voltando a ser aplaudido de pé.
“Israel tem de fazer a sua parte”
O Presidente norte-americano exigiu a Israel, no discurso do Estado da União, que não use a ajuda humanitária a Gaza como “moeda de troca” e permita a entrada de alimentos e medicamentos no enclave.
"Aos líderes de Israel digo isto: a assistência humanitária não pode ser uma consideração secundária ou uma moeda de troca. Proteger e salvar vidas inocentes tem de ser uma prioridade”, instou o líder americano.
Joe Biden garantiu estar a trabalhar “sem descanso” para um cessar-fogo imediato e temporário em Gaza, que permita a libertação dos reféns do grupo islamita palestiniano Hamas e a entrada de ajuda humanitária no enclave.
Como parte desses esforços, o chefe de Estado anunciou que os militares norte-americanos começarão a estabelecer um porto na costa da Faixa de Gaza, para receber grandes remessas de alimentos e materiais médicos extremamente necessários.
“Esta noite, ordeno ao Exército dos Estados Unidos que lidere uma missão de emergência para estabelecer um cais temporário no Mediterrâneo, ao largo da costa de Gaza, que possa receber grandes navios que transportam alimentos, água e medicamentos”, anunciou.
O Presidente disse que esta operação não vai exigir o envio de soldados norte-americanos para o terreno.
“E Israel também deve fazer a sua parte. Israel deve permitir mais ajuda a Gaza e garantir que os trabalhadores humanitários não sejam apanhados no fogo cruzado", pediu Biden.
A única solução real para o conflito, acrescentou o Democrata, é uma solução de dois Estados.
(Com Lusa)