Os Estados Unidos vão fornecer à Ucrânia minas antipessoais, para reforçar a defesa do país contra a invasão da Rússia, revelou um dirigente governamental norte-americano.
Washington espera que a Ucrânia use as minas no seu próprio território, embora Kiev se tenha comprometido a não usá-las em áreas povoadas por civis ucranianos, acrescentou o dirigente.
A decisão de Biden pode ajudar a desacelerar os avanços russos no leste da Ucrânia, especialmente se forem usadas com outras munições fornecidas pelos Estados Unidos, como as minas antitanque, segundo a agência Reuters. As minas americanas diferem das russas porque são
“não persistentes” e tornam-se inertes após um período pré-definido. Para detonar, necessitam de uma bateria e não explodem
quando a bateria se esgota. Além disso, estão equipadas com um
dispositivo de autodestruição ou autodesativação.
Os Estados Unidos forneceram à Ucrânia minas antitanque durante toda a guerra com a Rússia, mas as minas antipessoais tem como objetivo diminuir o avanço das tropas terrestres russas, acrescentou o dirigente, que falou sob condição de anonimato.
A decisão surgiu horas após fontes do Pentágono terem dito que os Estados Unidos vão enviar para a Ucrânia 275 milhões de dólares (260 milhões de euros) em novas armas, antes de Donald Trump tomar posse como presidente dos Estados Unidos, a 20 de janeiro.
Este anúncio de envio de minas antipessoais norte-americanas para a Ucrânia surge depois de mais de dez mil soldados norte-coreanos destacados para Kursk pelas Forças Armadas russas já terem participado em batalhas. Além disso, Pyongyang enviou também armas adicionais para o conflito na Ucrânia, incluindo obuses autopropulsionados e lançadores múltiplos de rockets.
Na terça-feira, a Ucrânia usou mísseis ATACMS dos EUA para atacar o território russo, aproveitando a permissão recentemente concedida pela administração cessante de Biden no milésimo dia da guerra.
Moscovo afirmou que a utilização de ATACMS, os mísseis de maior alcance que Washington já forneceu à Ucrânia, era um sinal claro de que o Ocidente queria fazer escalar o conflito.
Na terça-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, baixou o limiar para um ataque nuclear em resposta a uma gama mais alargada de ataques convencionais.
A medida seguiu-se a meses de avisos ao Ocidente de que, se Washington permitisse que a Ucrânia disparasse mísseis americanos, britânicos e franceses para o interior da Rússia, Moscovo consideraria esses membros da NATO como estando diretamente envolvidos na guerra na Ucrânia.
c/ agências