Uma base militar no centro do Iraque, com tropas do Exército e antigos paramilitares pró-Irão de Hachd al-Chaabi, integrados nas forças regulares, foi hoje alvo de um bombardeamento que causou pelo menos um morto, adiantaram duas fontes de segurança.
Um oficial militar e uma autoridade do Ministério do Interior iraquiano não conseguiram identificar os responsáveis por este bombardeamento aéreo, que teve como alvo a base de Calso, na província da Babilónia, noticiou a agência France-Presse (AFP).
Estas fontes também não conseguiram confirmar imediatamente se o ataque foi executado por `drones` [aparelhos voadores não tripulados].
A autoridade do Ministério do Interior relatou que o ataque provocou "um morto e oito feridos" entre as forças da base militar.
Por sua vez, o oficial militar relatou três feridos entre militares iraquianos.
"Há explosões nos armazéns que albergam os equipamentos devido aos bombardeamentos", frisou esta fonte, que falou sob a condição de anonimato.
"Um incêndio ainda assola algumas áreas e a busca pelos feridos continua", acrescentou.
A fonte do Ministério do Interior garantiu que o atentado teve como alvo a Direção de Veículos Blindados de Hachd al-Chaabi. "A explosão afetou equipamentos, armas, veículos", detalhou.
Fontes de segurança iraquianas citadas pela agência Efe referiram que o ataque ocorreu na base de Calsu, cerca de 80 quilómetros a sul da capital iraquiana, que acolhe combatentes das Forças de Mobilização Popular do Iraque, bem como militares e polícias iraquianos.
As tensões no Médio Oriente continuam a escalar, na sequência da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano a território israelita em 07 de outubro.
Segundo a comunicação social norte-americana, Israel lançou na madrugada de sexta-feira vários mísseis contra a província iraniana de Isfahan.
Mas o Irão negou o ataque: primeiro, disse que a defesa antiaérea tinha derrubado vários `drones` e, depois, que tinham sido "vários objetos voadores" em Isfahan, onde se situam as instalações nucleares do país.
Entretanto, fontes anónimas citadas pelo diário Jerusalem Post afirmaram que o ataque de hoje deve ser interpretado como um aviso a Teerão sobre as capacidades ofensivas israelitas e como um sinal de que Israel não pretende uma guerra regional.
A ofensiva das forças israelitas é uma resposta ao ataque iraniano de 13 de abril a Israel, com cerca de 300 mísseis e `drones` (aeronaves não-tripuladas), 99% dos quais foram intercetados pela defesa antiaérea do país, segundo as autoridades israelitas.
Teerão por sua vez, retaliou contra o ataque mortal israelita ao consulado iraniano em Damasco, na Síria, no início do mês.
Hashd al-Shaabi é parte integrante do aparelho de segurança oficial iraquiano colocado sob a autoridade do primeiro-ministro. Mas esta instituição reúne várias fações armadas pró-Irão, algumas das quais também realizaram ataques, no Iraque e na Síria, contra soldados norte-americanos destacados como parte de uma coligação internacional antijihadista.