Bangladesh pede à China que coopere no repatriamento dos refugiados rohingyas

por Lusa
Bangladesh pediu à China que coopere no repatriamento dos refugiados rohingyas D.R.-Antonio Faccilon

O Bangladesh pediu no domingo à China que coopere no repatriamento de refugiados da minoria étnica muçulmana rohingyas para o Myanmar (antiga Birmânia), durante uma visita do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi.

A China usou a sua influência no Myanmar para intermediar um acordo, em novembro de 2017, para repatriar cerca de 700 mil refugiados rohingya, que escaparam da perseguição no país, em agosto daquele ano.

Apesar das tentativas para enviá-los de volta, os refugiados recusaram, por temerem os perigos a que estão sujeitos no Myanmar, e que foram exacerbados pela tomada do poder pela junta militar, no ano passado.

Wang chegou a Daca no sábado e reuniu com o primeiro-ministro, Sheikh Hasina, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, A.K. Abdul Momen.

A China é um importante parceiro comercial do Bangladesh. Mas manter laços próximos com Pequim é um desafio para Daca, que tem também de equilibrar as relações diplomáticas e comerciais com a Índia e os Estados Unidos, os principais rivais da China.

Mais de 500 empresas chinesas estão ativas no Bangladesh. A China está envolvida em muitos dos principais projetos de infraestrutura do país, incluindo portos, túneis fluviais e autoestradas.

Pequim ajudou a construir a maior ponte do país, sobre o rio Padma, e cujo custo da obra ascendeu a 3,6 mil milhões de dólares (mais de 3,5 mil milhões de euros).

Face às tensões recentes entre Pequim e Taipé, o Bangladesh emitiu um comunicado a reiterar o seu apoio à política de "Uma só China", visto pela República Popular da China como uma garantia de que Taiwan é uma província sua, e não uma entidade política soberana.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros do Bangladesh, Shahriar Alam, afirmou que a China se comprometeu a trabalhar continuamente para resolver a crise dos rohingyas.

"O nosso ministro dos Negócios Estrangeiros reiterou fortemente que a cooperação chinesa é necessária. A China progrediu na resolução da questão dos rohingyas e precisamos que esta situação chegue ao fim", disse.

"Para resolver a crise dos rohingyas, o Bangladesh precisa do apoio da China. Esta visita vai ajudar a reforçar as relações bilaterais", disse Ahmad, citado pela agência Associated Press.

"Para nós, a China é muito importante. Também precisamos de manter boas relações com a Índia e os Estados Unidos, pois eles também são parceiros de desenvolvimento muito importantes do Bangladesh", apontou.

 

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