Aysenur Eygi. Corpo da ativista turco-americana morta por tropas israelitas na Cisjordânia chegou à Turquia
O corpo de Aysenur Eygi chegou esta sexta-feira à Turquia. No aeroporto de Istambul foi recebido com uma cerimónia solene. A ativista turco-americana de 26 anos foi morta com um tiro na cabeça por tropas israelitas na Cisjordânia.
O corpo de Aysenur Ezgi Eygi foi transportado durante a noite de Telavive para Istanbul, via Baku, Azerbaijão.
O governador de Istambul e outras autoridades estavam no aeroporto para receber a urna. Durante a cerimónia, alinharam-se frente ao caixão de Aysenur, que estava envolto na bandeira turca vermelha e branca.
Um imã liderou as orações na cerimónia no Aeroporto de Istambul. Terminadas as formalidades, o corpo da ativista de 26 anos foi enviado para Izmir de avião, disse o gabinete do governador à Reuters.
Chegada da urna de Aysenur Eygi | Gabinete do Governador de Istambul via Reuters
"Assassinato arbitrário"
Israel já reconheceu que as suas tropas dispararam sobre a jovem embora afirme que o fizeram involuntariamente, durante uma manifestação que se tornou violenta.
Enquanto Washington sublinha que o assassinato foi inaceitável, Ancara deixou claro que vai solicitar mandados de prisão internacionais para os culpados classificando o que aconteceu a Aysenur de homicídio intencional.
O Ministro da Justiça, Yilmaz Tunc, disse que o gabinete do procurador-chefe de Ancara está a investigar "os responsáveis pelo martírio e assassinato de nossa irmã Aysenur Ezgi Eygi", de acordo com a Reuters.
O relatório forense divulgado pelo Ministério da Justiça palestiniano confirma que a ativista foi atingida na cabeça. A bala entrou por trás da orelha esquerda, danificando o cérebro e o crânio.
A família Eygi exige que os EUA avancem com investigação
O pai de Eygi, Mehmet Suat Eygi, que mora em Seattle, discursou na Turquia, numa cerimónia fúnebre dedicada à filha. Elogiou a decisão de Ancara de abrir uma investigação.
"Espero que o governo americano faça o mesmo", disse ele.
Mehmet contou que a filha tinha 10 meses quando a família decidiu mudar-se para os EUA.
"Ela estudou nas escolas de lá, cresceu com liberdades lá. Ela é uma cidadã daquele país", realçou. "Espero que o governo americano mostre a mesma sensibilidade", acrescentou.
Descreveu Aysenur como uma "pessoa especial" que se importava profundamente com os Direitos Humanos e a natureza. O gosto pelas viagens tinham-na levado ao Brasil e México, sempre com o foco nos Direitos Humanos e ambientais.