O líder supremo do Irão, ayatollah Ali Khamenei, advertiu hoje Israel e os Estados Unidos de que "receberão uma resposta esmagadora" pelas suas ações contra a República Islâmica e a aliança anti-israelita "Eixo da Resistência".
"Os inimigos, tanto o regime sionista (Israel) como os Estados Unidos, receberão definitivamente uma resposta esmagadora pelo que estão a fazer contra o Irão e o povo iraniano e o Eixo de Resistência", disse Khamenei numa reunião com milhares de estudantes na véspera do 45.º aniversário da tomada da embaixada dos EUA em Teerão em 1979, informou a IRNA.
Khamenei assegurou que "os representantes do povo iraniano não esquecerão a ação do inimigo", referindo-se ao ataque de Israel no sábado passado contra alvos militares iranianos nas províncias de Teerão, Ilam e Khuzestan, que, segundo a versão iraniana, causou "danos limitados" aos sistemas de radar e a morte de um civil e quatro militares.
Os ataques de Israel foram uma resposta ao bombardeamento do Irão com cerca de 180 mísseis, em 01 de outubro, que foi uma retaliação pelos assassínios do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em Beirute, e do líder do Hamas, Ismael Haniyeh, em Teerão, em julho.
O New York Times noticiou na sexta-feira que Khamenei tinha ordenado ao Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irão que se preparasse para um ataque a Israel porque os danos nas infraestruturas iranianas e as baixas eram "demasiado grandes para serem ignorados" e que "não responder seria aceitar a derrota".
"A questão não é simplesmente uma questão de vingança; é um movimento lógico. É um confronto que está em conformidade com a religião, a ética, a lei e as normas internacionais", disse Khamenei no seu discurso aos estudantes.
A mais alta autoridade política e religiosa do Irão afirmou que o seu país fará tudo o que for necessário, "em termos militares, de armas ou de política", para enfrentar as potências arrogantes, referindo-se aos Estados Unidos e aos sistemas imperialistas.
Khamenei defendeu a tomada da embaixada dos Estados Unidos em 1979, ano do triunfo da Revolução Islâmica, e a captura de 52 funcionários como reféns durante 444 dias, alegando que a sede diplomática funcionava como um centro de informações e planeava ações contra a revolução.
O líder supremo iraniano afirmou que as autoridades do país persa não pouparão esforços para "enfrentar a arrogância global e o sistema criminoso que domina a atual ordem mundial".
O Irão vai celebrar a tomada da embaixada dos EUA, apelidada de "ninho de espiões" pela República Islâmica, com um comício na antiga sede diplomática no domingo.