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Autoridades russas deixam cair acusações contra o grupo Wagner

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
Alexander Ermochenko - Reuters

O Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia anunciou esta terça-feira que retirou as acusações criminais contra o grupo paramilitar Wagner, liderado por Evgueny Prigozhin, que durante o fim de semana iniciou uma rebelião contra o Kremlin.

De acordo com a agência de notícias RIA, o caso foi arquivado porque "ficou estabelecido que os participantes puseram termo às ações que visavam diretamente a prática de um crime".

Perante essas circunstâncias, “a desistência do processo foi decidida a 27 de junho”, acrescenta o FSB, citado pelas agências russas.

O Kremlin já tinha dado garantias de segurança para os combatentes do grupo Wagner e terão mesmo sido a base do acordo que fez recuar as tropas de Prigozhin, 24 horas depois do início da rebelião. Segundo o Kremlin, o acordo mediado pelo presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, estabelece que Prigozhin fique exilado na Bielorrússia, em troca de imunidade para si e para os seus mercenários.

No seu discurso ao país na noite de segunda-feira, o presidente russo deixou elogios aos mercenários do grupo Wagner, afirmando que "revelaram sabedoria" ao recuar e que provaram ser "patriotas russos".

Aos soldados do grupo paramilitar, Vladimir Putin ofereceu três opções: "Ou vão para a Bielorrússia, ou juntam-se ao exército ou vão para casa".
“Esta minha promessa será cumprida. Repito: a escolha é de cada um de vós”, assegurou Putin.

Quanto aos organizadores da rebelião, Putin prometeu levá-los a julgamento por terem protagonizado uma ameaça criminosa, com o objetivo de enfraquecer a Rússia.


“Os organizadores da rebelião traíram-nos e traíram até aqueles que envolveram no seu ato”, declarou Vladimir Putin, sem nunca mencionar Prigozhin.

“Mentiram-lhes, empurraram-nos para a morte, para o fogo e levaram-nos a disparar contra os seus. Era precisamente esse resultado, o fratricídio, que os neonazis de Kiev queriam, assim como os seus mestres do Ocidente”, firmou.
Wagner vai entregar equipamentos ao Ministério da Defesa
Agências russas também anunciaram esta terça-feira, citando o Ministério da Defesa da Rússia, que o grupo Wagner vai entregar o seu equipamento militar pesado ao ministério.

“Estão em curso os preparativos para a transferência do equipamento militar pesado do Wagner para as unidades ativas das Forças Armadas Russas”, anunciou o ministro russo da Defesa.


Na segunda-feira, o líder do Wagner afirmou que o grupo mercenário deveria abandonar as suas posições a 30 de junho e entregar os seus equipamentos ao Distrito Militar do Sul em Rostov, na Rússia.

No entanto, Prigozhin afirmou que as tropas de Moscovo atacaram as forças de Wagner na sexta-feira, dias antes do prazo estipulado.

Prigozhin garantiu que ninguém nas suas fileiras aceitou passar-se para as forças armadas russas, ou assinar contratos diretamente com o Ministério da Defesa da Rússia.

O líder do grupo Wagner justificou, assim, a "rebelião" do grupo com a necessidade de "salvar" a organização, rejeitando ter tentando um golpe de Estado.


"O objetivo da marcha das suas forças" sobre Moscovo foi evitar a "destruição" da sua companhia privada de mercenários" e "levar à justiça aqueles que, através das suas ações não profissionais, cometeram um enorme número de erros durante a operação militar especial", defendeu Prigozhin no seu discurso na segunda-feira.

c/ agências
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