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Autoridades desmentem recrutamento militar compulsivo em Maputo

por Lusa

O Ministério da Defesa moçambicano desmentiu informações nas redes sociais sobre um recrutamento compulsivo de jovens para o cumprimento do serviço militar e reforço de combate a ataques armados em Cabo Delgado, no Norte do país.

"Não está a decorrer nenhum recrutamento compulsivo. Quando chegar a [sua] vez, o jovem será convocado e não raptado", disse Carlos Mucamisa, coronel das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), em conferência de imprensa em Maputo.

As imagens que circulam nas redes sociais mostram, em vários pontos de Maputo, jovens a correr, hoje, pela manhã, supostamente a fugir de militares que os querem levar à força para integrar o exército que combate insurgentes no Norte de Moçambique.

Em nenhuma das imagens se veem membros das forças de defesa e segurança e, nos relatos divulgados, não há confirmação de que haja de facto qualquer outra entidade ou grupo a levar pessoas à força.

O suposto recrutamento coincide com a época de recenseamento militar, lançado em 10 de janeiro com fim previsto para 28 de fevereiro.

O Ministério da Defesa anunciou que vai investigar o caso para "descobrir a origem, motivações e os autores" das informações que lançaram alarme nalguns bairros.

"[Estas ações vão contra] as práticas e procedimentos de recrutamento e mobilização estabelecidas pela Lei do Serviço Militar", acrescentou o coronel.

A entidade apelou à calma e vigilância, avançando que podem ser apresentadas denúncias nos centros provinciais de Recrutamento e Mobilização ou em esquadras.

A Polícia da República de Moçambique (PRM) intensificou a patrulha nas zonas identificadas como propensas à difusão de informação sobre o dito recrutamento.

"[Já temos] indivíduos retidos na esquadra para identificação visando, acima de tudo, neutralizar os cabecilhas", afirmou hoje o porta-voz do comando-geral da PRM, Orlando Mudumane, em Maputo.

No Norte, grupos armados aterrorizam desde 2017 vários distritos da província de Cabo Delgado e já provocaram entre 350 e 400 mortos entre agressores, residentes e militares moçambicanos, além de deixar cerca de 60.000 afetados ou obrigados a abandonar as suas terras e locais de residência, de acordo as Nações Unidas.

As FADM têm estado no terreno, mas o Presidente da República, Filipe Nyusi, admitiu recentemente que são necessários apoios externos para lidar com o problema.

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