O rei Mohammed VI sublinhou hoje que, para Marrocos, a autonomia representa a solução para regular o conflito do Sahara Ocidental que dura há mais de 30 anos.
"A solução (...) para este conflito artificial é o projecto de autonomia consensual sob a soberania de Marrocos e nada mais que este projecto de autonomia", declarou o soberano durante o seu discurso à nação, feito em Tânger, por ocasião do 8/o aniversário da sua subida ao trono.
No discurso, uma grande parte do qual foi dedicado ao Sahara Ocidental, o rei afirmou que o "reino se compromete a respeitar qualquer acordo político mutuamente aceitável que seja realizado na base desta iniciativa, com todas as partes reais e efectivas".
"Marrocos participou de boa fé na primeira ronda das negociações sobre o Sahara", disse.
O reino e a Frente Polisário realizaram negociações directas sob a égide da ONU, nos dias 18 e 19 de Junho, em Manhasset, perto de Nova Iorque. Está prevista uma segunda ronda de negociações para 10 e 11 de Agosto.
"Embora as negociações possam ser longas e trabalhosas, manteremos a nossa mão estendida em direcção de todas as verdadeiras partes envolvidas para um acordo político deste diferendo artificial, na esperança de as convencer da oportunidade histórica oferecida por estas negociações", disse ainda Mohammed VI.
Marrocos apresentou à ONU um projecto de "larga autonomia" para o Sahara Ocidental, antiga colónia espanhola anexada por Rabat em 1975. Rabat propõe, nomeadamente, a criação de um governo local, de um parlamento e de uma jurisdição autónomos.
A Frente Polisário, apoiada pela Argélia, rejeitou este projecto, reivindicando a independência do território através de um referendo sobre a autodeterminação.