Em direto
Incêndios em Portugal. A situação ao minuto

"Autodefesa não é escalada". NATO abre caminho a ataques ucranianos a alvos russos

por Joana Raposo Santos - RTP
Thomas Peter - Reuters

O chefe da NATO, Jens Stoltenberg, disse esta sexta-feira concordar com o "direito fundamental" da Ucrânia à autodefesa, mesmo que tal signifique atacar alvos dentro da Rússia com armas fornecidas pelo Ocidente.

A autodefesa não é uma escalada; é um direito fundamental que está devidamente consagrado na Carta das Nações Unidas (…) e nós temos o direito de ajudar a Ucrânia a reforçar essa autodefesa”, declarou Stoltenberg.

“A Rússia tem bombardeado e atacado escolas, centros comerciais, infraestruturas de água. A Rússia tem vindo a matar os civis ucranianos. A Ucrânia defende-se a si mesma de uma brutalidade da Rússia”, acrescentou.

As afirmações chegaram no final de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO em Praga, na qual também participou o MNE português, Paulo Rangel.

Stoltenberg disse estar satisfeito por ver alguns dos aliados ocidentais da Ucrânia levantarem as restrições impostas às armas que forneceram a Kiev e vincou que “Putin quer que os aliados da NATO deixem de apoiar a Ucrânia, mas isso não vai acontecer”.
O chefe da Aliança Atlântica referiu também que “o percurso da Ucrânia é no sentido da adesão à UE” e que a NATO está determinada em fazer progressos para encurtar esse caminho.

“A adesão será sem dúvida a principal garantia de segurança e de uma paz duradoura”, argumentou Stoltenberg.
Ajuda à Ucrânia deverá manter-se em 40 mil milhões de euros por ano
O secretário-geral da NATO anunciou que a ajuda militar fornecida pelos países da Aliança à Ucrânia deverá continuar a atingir pelo menos 40 mil milhões de euros por ano “enquanto for necessário”.

"Desde a invasão russa da Ucrânia, em 2022, os aliados forneceram cerca de 40 mil milhões de euros por ano em ajuda militar à Ucrânia. Temos de manter pelo menos este nível de apoio todos os anos, durante o tempo que for necessário", sublinhou.

Stoltenberg tinha noutras ocasiões sugerido que os aliados dedicassem 100 mil milhões de euros para ajudar a Ucrânia na guerra iniciada pela Rússia. Agora, porém, propôs que a ajuda seja mantida a um nível mínimo, sugerindo também que os aliados "partilhem o fardo de forma equitativa".
Este mecanismo de equidade deverá basear-se no Produto Interno Bruto (PIB) de cada país, segundo fontes diplomáticas ouvidas pela agência France Press.
Vários países são favoráveis à continuidade de um elevado nível de ajuda militar à Ucrânia, que está a passar por dificuldades no terreno, nomeadamente devido a atrasos na entrega de armas e munições prometidas pelos aliados ocidentais.

A Estónia propôs, há meses, que cada país dedicasse pelo menos 0,25 por cento do seu PIB à ajuda a Kiev, o que representaria cerca de 140 mil milhões de euros por ano, segundo Tallinn.

c/ agências
PUB