Austrália pede à Rússia responsabilidade no derrube do voo MH17

por Lusa
A Rússia continua a ser acusada da queda do voo MH17 Peter Dejong - EPA

A Austrália pediu à Rússia, esta quarta-feira, para "assumir a responsabilidade" pelo derrube do voo MH17 da Malaysia Airlines, no leste da Ucrânia, no 10.º aniversário da tragédia.

No desastre morreram 298 pessoas, incluindo 38 residentes e cidadãos australianos.

"Austrália mantém firme o compromisso em busca da verdade, da justiça e em pedir contas aos responsáveis por este horrível ato de violência", disseram a ministra dos Negócios Estrangeiros australiana, Penny Wong, e o procurador-geral do país, Mark Dreyfuss, num comunicado.

Em novembro de 2022, um tribunal de Haia condenou a prisão perpétua à revelia os russos Igor Girkin e Sergei Dubinskiy e o separatista ucraniano Leonid Kharchenko por implicação no derrube do voo MH17, que ligava Kuala Lumpur a Amesterdão, bem como na morte das 298 pessoas a bordo.

"O tribunal estabeleceu de forma inequívoca e conclusiva a responsabilidade da Rússia" no desastre, assinalou o comunicado.

Desde esta condenação, o governo australiano impôs sanções contra os três russos e contra Sergei Muchkaev, que comandava a brigada russa que disparou o míssil terra-ar que derrubou o voo MH17, acrescentou.

No ano passado, uma equipa internacional de peritos concluiu, depois de uma investigação da tragédia, que o presidente de Rússia, Vladimir Putin, autorizou pessoalmente a entrega de sistemas de defesa aérea aos separatistas ucranianos, incluindo o sistema de mísseis Buk que derrubou o MH17, embora a sua imunidade impeça que seja julgado.

No décimo aniversário da tragédia, a Austrália, que juntamente com os Países Baixos procura que a Rússia responda pelo derrube no Conselho da Organização Internacional de Aviação Civil, pediu a Moscovo que "assuma a responsabilidade pelo papel que desempenhou e coopere para garantir que estes autores cumprem as condenações".


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