Subiu para cinco o número de mortos num atropelamento num mercado de Natal na cidade de Magdeburgo, no leste da Alemanha, na sexta-feira. Uma das vítimas mortais é uma criança. Há ainda a registar mais de 200 feridos, vários deles em estado grave.
"Temos a lamentar a perda de cinco vidas e mais de 200 feridos, muitos deles em estado grave”, disse o primeiro-ministro da Saxônia-Anhalt, Reiner Haseloff.
O condutor foi detido no local. O suspeito é um médico de 50 anos, oriundo da Arábia Saudita e com visto de residência permanente. Chegou à Alemanha em março de 2006 e recebeu estatuto de refugiado em julho de 2016.
A ministra alemã da Administração Interna, Tamara Zieschang, afirma que o suspeito agiu sozinho e não há informações sobre outros agressores. “Tudo o resto será alvo de uma investigação mais aprofundada”, garantiu.
Os motivos do ataque ainda não são conhecidos, mas a ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, diz que o autor do ataque era “claramente islamofóbico”. O suspeito não era conhecido pelas suas simpatias pelo movimento jihadista e, pelo contrário, o seu perfil mostra-o como apoiante do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) ou de Elon Musk.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, visitou este sábado o local do ataque, condenando o que descreve como "um ato terrível e louco". Scholz pediu união para se enfrentar o ódio.
"Entretanto, já perdemos cinco vidas. E mais de 200 feridos, muitos deles graves e muito graves. E esta é uma dimensão que nenhum de nós poderia ter imaginado", declarou.
"Agora é importante esclarecer as coisas. E que isso seja feito de forma precisa e exata", disse Olaf Scholz.
"Temos de perceber exatamente quem é o autor do crime, o que fez e porquê, para podermos reagir com as necessárias consequências penais. E é isso que vamos fazer", prometeu.
"Temos de perceber exatamente quem é o autor do crime, o que fez e porquê, para podermos reagir com as necessárias consequências penais. E é isso que vamos fazer", prometeu.
O que se sabe sobre o autor do ataque?
O responsável pelo ataque de sexta-feira foi identificado como um saudita chamado Taleb A. Chegou à Alemanha em 2006, como estudante, e obteve asilo em julho de 2016, depois de ter sido ameaçado de morte por se ter afastado do Islão.
Viveu e trabalhou como psiquiatra em Bernburg, uma pequena cidade de 32.000 habitantes, na margem do rio Saale, entre Magdeburg e Halle.
Como ativista, informava e aconselhava mulheres sauditas sobre as possibilidades de fugirem do seu país, e tinha uma página na internet com informações sobre o sistema alemão de asilo.
Numa entrevista concedida ao Frankfurter Rundschau, em 2009, afirmou que muitas mulheres sauditas o procuraram, em busca de proteção, depois de terem sido violadas pelo homem de quem dependiam.
Nessa entrevista, afirmou que o sistema de asilo alemão era um caminho para a liberdade destas mulheres.
A partir de certa altura, o distanciamento em relação ao Islão transformou-se numa rejeição aberta da política migratória alemã.
Em novembro, publicou na sua conta na rede social X uma mensagem com "quatro exigências da oposição saudita" e afirmou que a Alemanha tinha que proteger as suas fronteiras da migração ilegal.
Em seguida, acusou Merkel de ter um plano para islamizar a Europa com a sua política de fronteiras abertas.
Em outras publicações nas redes sociais, mostrou simpatia pela AfD, porque disse que era o único partido que lutava contra o Islão na Alemanha.
Taleb A. queria fundar, juntamente com a AfD, uma academia para ex-muçulmanos na Alemanha, de acordo com o jornal alemão Der Spiegel.
Há apenas uma semana, foi difundida uma entrevista sua, num blogue islamófobo dos Estados Unidos, na qual afirmava que o Estado alemão tinha uma operação secreta para perseguir ex-muçulmanos sauditas em todo o mundo e, ao mesmo tempo, concedia asilo a jihadistas sírios.
Numa outra mensagem no X, que foi posteriormente apagada, anunciou vingança, segundo o diário Die Welt.
De acordo com o jornal local "Magdeburger Zeitung", Taleb A. esteve ausente do trabalho nas últimas semanas, devido a uma baixa médica.
Marcelo e Montenegro expressam condolênciasViveu e trabalhou como psiquiatra em Bernburg, uma pequena cidade de 32.000 habitantes, na margem do rio Saale, entre Magdeburg e Halle.
Como ativista, informava e aconselhava mulheres sauditas sobre as possibilidades de fugirem do seu país, e tinha uma página na internet com informações sobre o sistema alemão de asilo.
Numa entrevista concedida ao Frankfurter Rundschau, em 2009, afirmou que muitas mulheres sauditas o procuraram, em busca de proteção, depois de terem sido violadas pelo homem de quem dependiam.
Nessa entrevista, afirmou que o sistema de asilo alemão era um caminho para a liberdade destas mulheres.
A partir de certa altura, o distanciamento em relação ao Islão transformou-se numa rejeição aberta da política migratória alemã.
Em novembro, publicou na sua conta na rede social X uma mensagem com "quatro exigências da oposição saudita" e afirmou que a Alemanha tinha que proteger as suas fronteiras da migração ilegal.
Em seguida, acusou Merkel de ter um plano para islamizar a Europa com a sua política de fronteiras abertas.
Em outras publicações nas redes sociais, mostrou simpatia pela AfD, porque disse que era o único partido que lutava contra o Islão na Alemanha.
Taleb A. queria fundar, juntamente com a AfD, uma academia para ex-muçulmanos na Alemanha, de acordo com o jornal alemão Der Spiegel.
Há apenas uma semana, foi difundida uma entrevista sua, num blogue islamófobo dos Estados Unidos, na qual afirmava que o Estado alemão tinha uma operação secreta para perseguir ex-muçulmanos sauditas em todo o mundo e, ao mesmo tempo, concedia asilo a jihadistas sírios.
Numa outra mensagem no X, que foi posteriormente apagada, anunciou vingança, segundo o diário Die Welt.
De acordo com o jornal local "Magdeburger Zeitung", Taleb A. esteve ausente do trabalho nas últimas semanas, devido a uma baixa médica.
Numa nota publicada no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa manifesta profunda consternação perante este ataque em Magdeburgo e reitera o “repúdio de toda a violência contra civis”.
O chefe de Estado português apresenta condolências aos familiares das vítimas mortais, deseja uma rápida recuperação aos feridos e envia uma mensagem de solidariedade ao povo alemão.
O primeiro-ministro português também já reagiu. Numa publicação na rede social X, Luís Montenegro condena o que classifica de "horrendo ataque" no mercado de natal na Alemanha.
Condeno veementemente o horrendo ataque no mercado de Natal de Magdeburgo, na Alemanha. Expresso solidariedade ao povo alemão e ao Chanceler Scholz @Bundeskanzler, sentidas condolências às famílias das vítimas e votos de recuperação aos feridos.
— Luís Montenegro (@LMontenegropm) December 20, 2024
Luís Montenegro expressa solidariedade ao povo alemão e ao governo germânico, assim como condolências às famílias das vítimas. O primeiro-ministro formula, ainda, votos de recuperação aos feridos.
Os Estados Unidos também anunciaram que "estão chocados e tristes" com o ataque em Magdeburgo. Um porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, enviou as "mais profundas condolências às famílias e entes queridos dos mortos e feridos e a todos os afetados por este terrível incidente".
Miller acrescentou que Washington está pronto a "prestar assistência" enquanto prosseguem os esforços de recuperação e "as autoridades investigam este terrível incidente".
"A Alemanha é um dos nossos parceiros mais próximos e aliados mais fortes, e estamos ao seu lado hoje e nas próximas semanas. Não há lugar para a violência nas nossas sociedades", afirmou.
Miller acrescentou que Washington está pronto a "prestar assistência" enquanto prosseguem os esforços de recuperação e "as autoridades investigam este terrível incidente".
"A Alemanha é um dos nossos parceiros mais próximos e aliados mais fortes, e estamos ao seu lado hoje e nas próximas semanas. Não há lugar para a violência nas nossas sociedades", afirmou.
c/agências