A atividade da indústria transformadora da China encolheu em maio, após dois meses de expansão, de acordo com dados oficiais divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatística (NBS, na sigla em inglês) do país asiático.
O índice de gestores de compras, que serve como referência da indústria, situou-se em 49,5 pontos em maio, menos 0,9 pontos do que em abril (50,5), e abaixo das previsões dos analistas, que esperavam que atingisse 50,2 pontos.
Neste indicador, uma marca acima do limiar dos 50 pontos significa um crescimento da atividade no setor, em relação ao mês anterior, enquanto uma marca abaixo representa uma contração.
Dos cinco subíndices que compõem o indicador, os da produção e prazos de entrega conseguiram passar para a zona de expansão, enquanto os do emprego, novas encomendas - chave para a procura - e reservas de matérias-primas permaneceram na zona negativa.
A contração nas novas encomendas "pode apontar para declínios de curto prazo nas exportações, mas é mais provável que reflita efeitos de sentimento devido às novas tarifas de Biden", disse Zichun Huang, um analista da consultora Capital Economics, num relatório.
A 14 de maio, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou novas tarifas no valor de 18 mil milhões de dólares (16,6 mil milhões de euros) sobre produtos chineses, sendo os veículos elétricos os mais atingidos, com taxas que sobem de 25% para 100%.
"A China não pode depender apenas das exportações para gerir a sua economia", sublinhou o analista Zhiwei Zhang da consultora Pinpoint Asset Management.
Numa economia atingida por uma crise prolongada na indústria imobiliária, a atividade da construção caiu de 56,3 para 54,4 pontos e o setor dos serviços subiu de 50,3 para 50,5 pontos.
Na quarta-feira, o Fundo Monetário Internacional elevou a previsão para o crescimento da economia da China em 2024 de 4,6% para 5%, mas avisou que deverá abrandar para 3,3% a médio prazo, "devido ao envelhecimento da população e ao abrandamento dos ganhos de produtividade".