Atirador abatido. Donald Trump foi alvo de "tentativa de assassinato"

por RTP c/ Lusa
Rebecca Droke - AFP

A campanha de Donald Trump disse esta noite, através de um comunicado, que o candidato republicano às eleições presidenciais norte-americanas "está bem", depois de ter sido retirado de um comício na Pensilvânia após se terem ouvido tiros no local, um dos quais atingiu o ex-presidente na orelha direita. Duas pessoas morreram no local, incluindo o alegado atirador, segundo o procurador distrital do condado de Butler. As autoridades estão a tratar o caso como "uma tentativa de assassinato".

Duas pessoas morreram no tiroteio que ocorreu no comício do candidato presidencial republicano Donald Trump, incluindo o alegado atirador, segundo o procurador distrital do condado de Butler, Pensilvânia, citado pela agência AP e pelo jornal The Washington Post.

De acordo com o procurador distrital do condado de Butler, Richard Goldinger, o homem que disparou no comício de Donald Trump foi morto e um participante no evento também morreu.

Os serviços secretos norte-americanos informaram que um espetador morreu e dois ficaram feridos com gravidade no tiroteio em que o ex-presidente Donald Trump foi atingido numa orelha.

Segundo um comunicado dos serviços secretos, que atualiza a informação sobre os acontecimentos, o atirador, que também foi abatido, disparou várias vezes de "um local elevado fora do perímetro do comício". O atentado ocorreu às 18:15 locais (23:15 de sábado, em Lisboa) e a investigação está a cargo do FBI.

Trump "bem e a ser examinado"

Segundo o porta-voz Steven Cheung, citado em comunicado, o ex-presidente "está bem e está a ser examinado num centro médico local (...) O presidente Trump agradece às autoridades e aos socorristas pela sua rápida ação durante este ato hediondo", acrescentou.

Segundo o comunicado, ainda serão divulgadas mais informações sobre o caso.

Entretanto, Donald Trump já reagiu ele próprio através de uma breve comunicação na rede social X, referindo que percebeu logo de início que algo não estava bem, ao sentir que a sua orelha tinha sido rasgada. O candidato republicano envia ainda condolências à família da pessoa que participava no comício e que acabaria por morrer.

Trump agradeceu aos serviços secretos por o terem colocado em segurança, dizendo que "é inacreditável que um ato desta natureza possa acontecer nos Estados Unidos".

Trump foi hoje retirado de um comício de campanha na Pensilvânia, com sangue visível na orelha direita, depois de se terem ouvido tiros no recinto, constataram jornalistas da AFP no local.

De acordo com a agência noticiosa, Trump tinha começado a discursar quando se começaram a ouvir estrondos.

Segundo relatou a AP, também no local, o candidato republicano baixou-se rapidamente enquanto os seus guarda-costas o acompanharam do palco até ao carro.

O antigo presidente norte-americano ergueu o punho em desafio, debaixo de aplausos dos seus apoiantes.

Segundo a Associated Press, que cita fontes policiais, o tiroteio no comício de Trump está a ser investigado como uma tentativa de assassínio do ex-presidente norte-americano, mas não há mais informações da parte das autoridades sobre o sucedido.

Segundo a AP, os agentes dos serviços secretos demoraram cerca de dois minutos, desde o primeiro tiro, até Trump entrar no carro blindado onde seguiu.

Biden aliviado por Trump estar "seguro e bem"

O presidente Joe Biden disse estar aliviado por saber que Donald Trump está "seguro e bem" após o tiroteio desta noite no comício da Pensilvânia. Numa declaração breve após os acontecimentos deste sábado, Biden acrescentou que "não há lugar para este tipo de violência na América".

Na comunicação ao país, o também candidato do Partido Democrata às Presidenciais norte-americanas afirmou que este tipo de violência política "deve ser condenada por todos".

O presidente disse ainda que vão decorrer investigações aos acontecimentos, terminando com a indicação que espera ainda hoje falar com Donald Trump.

Condenação generalizada do ataque a Trump

Várias personalidades condenaram já o ataque de que o candidato republicano foi alvo, incluindo o presidente do México, Elon Musk ou o ex-presidente norte-americano Barack Obama.

Na sua conta da rede social X, o multimilionário Elon Musk colocou um vídeo do momento em que Donald Trump é rodeado por seguranças, em cima do palco onde estava a discursar, e consegue ver-se sangue a escorrer de um dos ouvidos.

Musk escreveu: "Apoio plenamente o presidente Trump e espero a sua rápida recuperação". Quinze minutos depois colocou uma nova foto, do mesmo evento, na qual é possível ver-se Donald Trump de punho erguido e a sangrar na face, e escreveu que "a última vez que a América teve um candidato assim forte foi com Theodore Roosevelt".


Já o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, condenou nas suas redes sociais o alegado ataque sofrido pelo candidato republicano norte-americano, Donald Trump, alegando que "a violência é irracional e desumana".

No mesmo sentido, a presidente eleita Claudia Sheinbaum concordou com López Obrador, que citou a mensagem do presidente e acrescentou que "a violência não leva a lugar nenhum".

Também nas suas redes sociais, o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama escreveu uma mensagem na qual defende que "não há lugar para a violência política" em democracia.

"Embora ainda não saibamos exatamente o que aconteceu, devemos todos ficar aliviados por o antigo Presidente Trump não ter ficado gravemente ferido e aproveitar este momento para nos comprometermos novamente com a civilidade e o respeito na nossa política. Michelle e eu desejamos-lhe uma rápida recuperação", lê-se na mensagem.


Da Europa, e minutos depois do ocorrido, o primeiro-ministro da Hungria, o ultranacionalista Viktor Orbán, expressou o seu apoio a Trump "nestas horas obscuras", referindo-se ao alegado atentado.

"Os meus pensamentos e orações estão com o presidente Trump nestas horas obscuras", escreveu na sua conta na rede social X.


No mesmo sentido, o líder do partido de extrema-direita espanhola Vox, Santiago Abascal, agradece a Deus que Trump tenha sobrevivido à "tentativa de assassinato" e culpa a "esquerda globalista" por incentivar este tipo de atos violentos, lamentando a presença "dessa esquerda" no Governo de Espanha.

A presidente das Honduras, Xiomara Castro, manifestou a sua solidariedade para com o pré-candidato republicano e antigo Presidente dos EUA, defendendo que "a violência gera mais violência".

"Lamento o que está a acontecer no processo eleitoral nos Estados Unidos. A minha solidariedade com Donald Trump", sublinhou a presidente hondurenha numa mensagem nas suas redes sociais.

A solidariedade para com Trump chega também do Brasil, da parte do ex-presidente Jair Bolsonaro, que define Donald Trump como "o maior líder mundial do momento".

"Esperamos a sua rápida recuperação", disse o capitão na reserva do exército brasileiro numa publicação nas suas redes sociais, poucos minutos depois do aparente ataque armado no comício de Trump.

Bolsonaro, que foi esfaqueado num comício político pouco antes das eleições presidenciais que venceu em 2018 e que durante o seu mandato (2019-2022) sempre manifestou a sua admiração pelo líder norte-americano, disse que espera "vê-lo na tomada de posse" novamente como presidente dos EUA.
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