Atentado na Bulgária foi ataque suicida

por Graça Andrade Ramos, RTP
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O ministro do interior da Bulgária afirma que a bomba que explodiu num autocarro que transportava turistas israelitas esta quarta-feira foi acionada por um bombista suicida. Imagens das câmaras de vigilância e ADN recuperado no local comprovam a teoria, conforme explicou Tsvetan Tsvetanov. As primeiras versões do atentado privilegiavam a versão de bomba colocada na bagageira do autocarro.

Sete pessoas morreram no atentado, incluindo o bombista e o condutor do veículo. A explosão, ocorrida no aeroporto da cidade búlgara de Burgas, no Mar Negro, destruiu um autocarro e provocou incêndios noutros dois.

Os primeiros testemunhos logo após a explosão mencionavam um homem que teria sido dos últimos a entrar no autocarro atingido pela explosão. Mas a explicação não convenceu logo as autoridades.
"Uma pessoa normal"
As imagens das câmaras de vigilância acabaram por mostrar um homem de 36 anos, ao longo da hora anterior à explosão, a rondar um grupo de autocarros que iam levar os turistas israelitas para uma estância perto de Burgas.

"Determinámos que havia uma pessoa neste ataque, que era um bombista suicida. Esta pessoa tinha uma carta de condução falsa do estado do Michigan, nos Estados Unidos", referiu Tsvetan Tsvetanov, o ministro búlgaro do Interior. "Parecia-se com toda a gente - uma pessoa normal de calções-bermudas e uma mochila", acrescentou.Suicida seria antigo prisioneiro de Guantanamo
O homem suspeito de ter sido o bombista suicida seria um antigo detido da prisão do campo militar americano de Guantanamo, segundo avança quinta-feira a imprensa da Bulgaria. Os média búlgaros identificam o autor do atentado de Burgas como Mehdi Ghezali, de 33 anos de nationalidade sueca e descendência argelina. Segundo estas informações Ghezali tinha estado detido no campo da baía Guantanamo em Cuba depois de ter sido detido no Paquistão por ser um “combatente ilegal”. O jornal israelita Haaretz, que cita a imprensa búlgara, diz que estas informações ainda não foram confirmadas por fontes independentes.


O homem já estaria na Bulgária entre quatro a sete dias antes do atentado. Amostras de ADN recolhidas dos dedos do bombista estão agora a ser analisadas e comparadas com bancos de dados, numa tentativa de o identificar.

Quinta-feira, o aeroporto de Burgas, centro de uma série de estâncias turísticas, permanecia fechado. Cerca de 100 turistas esperam pelo seus voos mas não deverá realizar-se nenhum antes das 00h00 locais e as autoridades estão a erguer tendas e a colocar casas de banho portáteis como apoio aos viajantes retidos.

No aeroporto de Varna, também no Mar Negro, as medidas de segurança foram reforçadas. Polícias com cães procuram por explosivos nas bagagens e está a ser pedido aos turistas para carregarem as suas malas até ao avião.

O Parlamento búlgaro abriu fazendo um minuto de silêncio em memoria das vítimas do atentado. Os serviços búlgaros de informação afirmam que não tinham dados sobre um ataque iminente no seu país.
O homem de Chipre
Israel acusa o Irão da autoria do ataque, através da guerrilha libanesa do Hezbollah. O porta-voz do governo israelita Mark Regev, ligou o atentado à detenção no Chipre de um estrangeiro no início do mês.

"O suspeito que foi detido no Chipre, durante o seu interrogatório revelou um plano operacional praticamente idêntico ao sucedido na Bulgária. Ele pertence ao Hezbollah, o que é mais um dado da responsabilidade direta do Hezbollah e do Irão" no ataque, referiu Regev.

Teerão rejeitou oficialmente qualquer envolvimento no sucedido, tendo o Ministério dos Negócios Estrangeiros divulgado publicamente a condenação "de forma vigorosa, de todos os atos terroristas”.
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