Um atentado contra um autocarro que transportava turistas israelitas num aeroporto na Bulgária provocou pelo menos seis mortos e mais de trinta feridos. O ataque ainda não foi reivindicado mas o primeiro-ministro israelita já comentou o sucedido, dizendo que "todos os indícios apontam para o Irão".
De acordo com a agencia de notícias búlgara, o alvo do ataque foi um autocarro alugado pela agencia turistica "Kavei Hufsha" para transportar os turistas israelitas do aeroporto. Estes tinham aterrado algum tempo antes num voo charter proveniente de Tel Aviv
Testemunhas dizem que o autocarro explodiu, incendiando-se em seguida e descrevem um cenário dantesco, com pedaço de corpos espalhados pela zona.
Ao final da tarde o ministro dos Negócios Estrangeiros búlgaro confirmou a existencia de seis mortos, tendo cinco deles falecido na explosão e um sucumbido já no hospital. Trinta e dois israelitas ficaram feridos, dois deles em estado crítico. Julga-se que o autocarro transportava cerca de quatro dezenas de pessoas .
O presidente o primeiro ministro e o ministro do interior búlgaros deslocaram-se de imediato ao local do atentado.
Ataque suicida?
Em declarações ao canal 2 TV de Israel, testemunhas relataram que a explosão ocorreu poucos instantes depois de um homem não israelita ter entrado no autocarro, o que levanta suspeitas de um bombista suicida.
No entanto, o presidente da camara de Burgas, Dimitar Nikolov, disse aos jornalistas que os explosivos foram colocados no porta-bagagens do autocarro.
Por seu lado, a imprensa búlgara revela que um dos mortos do atentado é um guia turistico local, que poderia ser a tal pessoa não israelita referida pelas testemunhas.
Uma equipa de socorristas israelitas já chegou à Bulgária, bem como especialistas em identificação de vítimas de desastres.
A explosão, que ainda não foi reivindicada, terá atingido mais dois autocarros, levando as autoridades a encerrar o aeroporto local. Segundo a polícia, todos os voos estão a ser redirecionados para o aeroporto de Varna .Israel tinha alertado a Bulgária para a possibilidade de atentados
Na semana passada, em Chipre, as autoridades locais detiveram um cidadão sueco, suspeito de ser um membro do Hezbollah que alegadamente planeava ataques contra turistas.
Burgas é a segunda maior estancia turística búlgara do Mar Negro, sendo muito popular entre os turistas israelitas, especialmente os jovens, muitos dos quais passam aí as suas férias de verão.
Israel tinha recentemente alertado a Bulgária da possível ameaça de ataques levados a cabo pelo grupo libanês Hezbollah
Em janeiro último um pacote suspeito foi encontrado num autocarro que transportava israelitas da Turquia para a Bulgária, o que levou o governo de Jerusalém a pedir às autoridades de Sófia mais segurança para os turistas que se deslocam ao país.
A data do ataque de hoje coincide com o 18º aniversário de um atentado bombista contra um centro comunitário judaico em Buenos Aires, Argentina, que provocou 85 mortos e centenas de feridos.
Israel aponta o dedo ao Irão
Em Jerusalém, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, condenou o atentado e disse que "todos os indícios apontam para o Irão".
“Este é um ataque terrorista iraniano que se está a espalhar por todo o mundo”, disse Netanyahu, que afirmou ainda que “Israel vai reagir fortemente ao terror do Irão”.
Recorde-se que as autoridades de Teerão acusam os serviços secretos israelitas de terem orquestrado os assassínios de vários cientistas nucleares iranianos nos ultimos anos e prometeram vingar estas mortes.
Ataques contra alvos israelitas ocorridos recentemente na Índia, Tailandia Kenya, Chipre, Georgia e Azerbaijão foram atribuidos por Israel aos iranianos, que também mantém laços de proximidade com o Hezbollah.