Atentado em Moscovo. Rússia insiste em alegada pista ucraniana

por Cristina Sambado - RTP
Maxim Shemetov - Reuters

O Comité de Investigação russo revelou esta sexta-feira que está a investigar uma pista ucraniana no atentado ocorrido perto de Moscovo em março, cuja responsabilidade foi reivindicada pelo Estado Islâmico.

"Os investigadores conseguiram recuperar os dados dos telemóveis dos acusados de terem realizado o atentado contra o Crocus City Hall", avançou em comunicado o Comité de Investigação, responsável pelas principais investigações no país.
A 22 de março, homens armados entraram na sala de concertos Crocus City Hall, perto de Moscovo, abriram fogo contra a multidão e incendiaram o edifício. Pelo menos 144 pessoas morreram e 360 ficaram feridas no ataque, que foi reivindicado pelo Estado Islâmico.

Foram detidos 12 suspeitos, incluindo os quatro alegados atacantes, originários do Tajiquistão, uma antiga república soviética da Ásia Central.

Segundo os dados recuperados dos telemóveis, "na manhã de 24 de fevereiro de 2024", o segundo aniversário do início da ofensiva russa na Ucrânia, "um dos acusados encontrou na Internet fotografias das entradas do Crocus City Hall e enviou-as ao seu empresário", acrescentam os investigadores.

"O arguido confirmou tudo isto nas suas declarações", lê-se no comunicado de imprensa.
Além disso, "foram encontradas no telemóvel do arguido fotografias de homens camuflados com uma bandeira ucraniana, tendo como pano de fundo edifícios destruídos", continua o comunicado, sem dar mais pormenores.

"Estes dados podem indicar uma ligação entre o atentado e a condução da operação militar especial", refere o comunicado, utilizando o eufemismo imposto pelo Kremlin para descrever a ofensiva na Ucrânia.

O Comité de Investigação sublinha que levou a cabo investigações sobre o possível envolvimento de "representantes dos serviços especiais ucranianos e de organizações islamitas e terroristas internacionais na organização e financiamento do ataque" ao Crocus City Hall.

O Kremlin admitiu que "islamitas radicais" estavam por detrás do ataque, denunciando o envolvimento ucraniano coordenado pelo Ocidente.

c/ agências
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